Brasil caminha na contramão da tendência global de uso de energia fóssil na agricultura

Na série histórica, o Brasil apresentou o maior aumento da geração solar e o segundo maior incremento na energia eólica

O uso de energia fóssil na agricultura é uma tendência global que tem preocupado ambientalistas e especialistas em clima. Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o agronegócio global é responsável pelo consumo de cerca de 30% da energia mundial.

O Brasil, no entanto, caminha na contramão dessa realidade. Conforme o Ministério de Minas e Energia, a expansão da capacidade instalada da matriz elétrica brasileira foi de 7 gigawatts (GW) entre janeiro e agosto de 2023. Desse total, 6,2 GW têm origem nas fontes solar e eólica.

Na série histórica, este ano apresentou o maior aumento da geração solar e o segundo maior incremento na energia eólica. As fontes renováveis compreendem 83,79% de toda a matriz elétrica do Brasil, uma referência internacional em energia limpa.

A coordenadora de agronegócio do Sebrae Nacional, Newman Maria da Costa, afirma que a instituição pode auxiliar os produtores rurais a fazer um diagnóstico das propriedades nesse assunto.

“A gente está fazendo diagnóstico sobre sustentabilidade, quer saber que é você trabalhar a questão ambiental, uma questão social e também trabalhar a questão da governança da sua propriedade e mostrar para esse produtor rural que boas práticas sendo implementadas podem fazer com que o seu negócio seja melhor e com isso ele demonstra que as práticas sustentáveis aplicadas dentro desse diagnóstico, por exemplo, que a gente mostra”, disse ela.

Inclusive, esse diagnóstico se estende nos critérios de consumo de energia.

“Uma prática mínima faz com que o seu negócio aumente inclusive a sua rentabilidade, assim como, por exemplo, você descobrir quanto você gasta de energia, então assim a gente faz um diagnóstico com ela sobre eficiência energética onde você pode diminuir aplicando usando ferramentas apropriadas, isso é importante para a produtora rural”, acrescentou Newman Maria da Costa.

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Foto: Envato

Vale reforçar que o Plano Decenal de Expansão de Energia 2019-2029 (PDE), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estima crescimento de desempenho do agronegócio em 2,9% ao ano até 2029.

Com o aumento da produção agrícola, é esperado que a demanda por energia também cresça. Nesse contexto, o Brasil tem um papel importante a desempenhar na transição para uma agricultura mais sustentável e eficiente no uso de energia.