Bioeconomia: Brasil possui PIB de R$ 2,5 trilhões e ainda pode crescer
Analistas apontam que haverá crescimento da bioeconomia ainda em 2023, com destaque para as atividades vegetais e animais.
A Bioeconomia Brasileira, um importante motor de crescimento econômico, registrou um ligeiro declínio de 0,73% em seu Produto Interno Bruto (PIB-Bio) no ano passado, de acordo com um estudo pioneiro realizado pelo Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV). Isso marca a primeira redução após anos consecutivos de crescimento desde 2017.
As atividades vegetais e a bioindústria emergem como os principais impulsionadores desse declínio, porém, analistas estão otimistas quanto a uma retomada, especialmente impulsionada pelos setores animal e vegetal, que fizeram o país chegar a um PIB de R$ 2,5 trilhões no setor.
Atividades Vegetais e Florestais Impactam Resultados
Cerca de 30% do PIB-Bio é composto por atividades de origem vegetal e florestal, que enfrentaram uma retração de 3,62% no último ano. Esse declínio desempenhou um papel fundamental na diminuição do indicador geral.
A queda nas atividades vegetais e florestais destaca a sensibilidade desses setores às flutuações econômicas e ambientais, mas especialistas acreditam que as perspectivas positivas para o futuro podem reverter essa tendência.
Bioindústria Também Apresenta Redução
A bioindústria, representando metade do PIB-Bio, também viu uma retração de 0,74% no último ano. Essa diminuição é notável, considerando a sua relevância para a economia bioeconômica.
No entanto, os analistas enfatizam que essa desaceleração pode ser temporária e estão confiantes de que a inovação e o investimento contínuo nesse setor irão impulsionar a recuperação nos próximos anos.
Setores Animal e Vegetal Sinalizam Esperança
Apesar das quedas nas atividades vegetais e bioindústria, o setor animal e a indústria “bio-based” apresentaram crescimento sólido de 2,56% e 5,85%, respectivamente. Juntos, esses dois setores compõem 19% do PIB-Bio.
Esse aumento é um sinal promissor de que a diversificação das atividades bioeconômicas pode contribuir para a estabilidade e resiliência do setor como um todo.
Bioeconomia: perspectivas para 2023
Apesar do declínio geral no PIB-Bio em 2022, os coordenadores do estudo, Talita Priscila Pinto e Cícero Zanetti de Lima, estão otimistas em relação ao futuro.
Eles destacam que os primeiros sinais de recuperação já estão visíveis, especialmente nos setores animal e vegetal, que apresentaram um forte crescimento no primeiro trimestre de 2023.
Essa tendência ascendente sugere que a bioeconomia brasileira está pronta para retomar seu caminho de crescimento e contribuir significativamente para a economia nacional.
O declínio no PIB-Bio em 2022 marcou uma pausa em anos de crescimento contínuo, mas não apaga o potencial da bioeconomia brasileira. Embora as atividades vegetais e a bioindústria tenham enfrentado desafios, o setor animal e a indústria “bio-based” oferecem sinais promissores de recuperação.
Com base nas análises dos especialistas da FGV, é provável que a bioeconomia retome seu curso ascendente em 2023, impulsionada por inovação, investimentos e diversificação das atividades.