
O anúncio do aporte brasileiro de US$ 1 bilhão no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFF) não é apenas uma medida ambiental. Para especialistas, o movimento abre caminho para transformar a preservação em ativo econômico, fortalecendo a imagem do Brasil como potência agroambiental.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou o TFF em Nova York como um mecanismo capaz de remunerar países que mantêm suas florestas em pé, articulando conservação, justiça social e desenvolvimento tsustentável.
“O TFF não é caridade, é um investimento na humanidade, no planeta, contra a ameaça de devastação pelo caos climático”, disse Lula.
A expectativa é que o fundo atraia outros países e investidores, consolidando uma rede de financiamento climático global.
Agro como protagonista
Para o comentarista do Canal Rural, Miguel Daoud, a iniciativa representa uma oportunidade estratégica para o Brasil, que pode aliar sua força produtiva à agenda ambiental. “Brasil pode produzir alimentos preservando o meio ambiente”, afirmou Daoud.
Segundo ele, a sustentabilidade já se tornou a base do agronegócio nacional e será o diferencial competitivo nas próximas décadas.
Um novo poder de negociação
A criação do TFF também pode reposicionar o Brasil nas negociações internacionais. Estudos da Embrapa e de universidades estrangeiras apontam que a agricultura brasileira tem balanço próximo de zero em emissões de carbono, já que o que emite é praticamente compensado pelo sequestro de CO₂.
“Chegou a hora de retribuir às florestas aquilo que sempre foi explorado. Muitos países devastaram para crescer. Agora, o planeta precisa devolver às florestas a sua garantia”, destacou Daoud.
Com o fundo, o Brasil se coloca como líder no esforço de conciliar produção agrícola, preservação ambiental e desenvolvimento sustentável, mostrando que o futuro do agro passa pela floresta em pé.