Produtor de leite do interior de São Paulo leva carbono zero para a mesa do consumidor
Uma propriedade rural localizada na região centro-leste do interior de São Paulo produz leite orgânico e carbono zero entregando o “Carbon Free” na mesa do consumidor.
Resultado de um empreendimento com liderança jovem e feminina, uma fazenda que produz leite orgânico, localizada no interio de São Paulo, entrega produto ‘Carbon Free’ (carbono zero) para o consumidor. O segredo? Priorizar os cuidados com os animais desde o nascimento e detalhes de toda a propriedade que incluem a preocupação com a sustentabilidade.
De acordo com a veterinária e gestora da NoCarbon Milk, Diana Castro, a empresa também se empenha em questões simples como a produção de lixo e o destino correto dos resíduos.
“Hoje, por exemplo, já estamos construindo uma estação de tratamento de dejetos, cujo subproduto iremos utilizar na fertirrigação dos nossos pastos e lavouras”, contou.
Bem-estar e certificação
A propriedade rural conta com 150 hectares e 430 animais, dos quais 200 estão em lactação. A infraestrutura do local possui muitas áreas frescas, sombreadas e até brinquedos coloridos para os animais. Estar tão atento aos detalhes já rendeu três certificações.
“Hoje contamos com três certificações, sendo uma prezando o bem-estar animal e a qualidade de vida, que nos retornarão com melhor e maior produção. Outra certificação de orgânico, uma vez que não fazemos uso de produtos químicos no solo e nem na alimentação. E a de Carbon Free que é da Iniciativa Verde, onde ocorre a medição e a compensação dos gases de efeito estufa”, explicou Diana.
Carbono neutro na prática
Segundo o diretor de sustentabilidade da No carbon, Osvaldo Martins, a certificação Carbon Free atesta que o balanço de emissão de gases efeito estufa do produto é nulo, ou seja, tudo que é emitido foi compensado.
“Esse processo se inicia com um inventário de emissões e durante esse inventário são identificadas todas as fontes de emissões de gases de efeito estufa e as possíveis fontes de absorção de gases na atmosfera”, explicou.
Ainda segundo o diretor, após a contabilização, obtém-se um valor numérico de quanto o sistema emite de gases de efeito estufa e ainda quais foram as fontes de emissão. O que torna possível definir com mais precisão qual a estratégia a ser adotada para reduzir a pegada de carbono do produto.
Compensando as emissões
Na propriedade todas as emissões geradas, seja pelos animais, pelo transporte dos produtos, pela produção das embalagens e até da fazenda em si, são contabilizadas, e assim árvores nativas são plantadas para compensar.
Trata-se de uma estratégia simples, pois é durante o crescimento das árvores que o carbono é “sugado” da atmosfera.
Muito leite, muita árvore
Atualmente a empresa demanda 15 mil litros de leite por semana e até o momento já foram plantadas 9 mil árvores por ano, todas nativas da região de Mata Atlântica, onde localiza-se a propriedade.
“Hoje em dias as pessoas tem essa preocupação de consumir produtos saudáveis e sustentáveis. Há uma preocupação com a própria saúde e a do planeta”, pontuou o diretor executivo da NoCarbon Milk, Fábio Azeredo.
Para o diretor de sustentabilidade da empresa, Martins, com a sociedade passando por tantas transformações, torna-se natural a minimização dos gases de efeito estufa ganharem impulso.
“Todas essas tecnologias que vão desde a agricultura de precisão até mudanças no sistema de manejo estão em desenvolvimento e quanto mais produtores e empresas se dedicarem a isso, mais rápido conseguiremos uma transformações ampla, que eu acredito que ainda vá levar tempo”, concluiu Martins.