A importância da adoção e certificação das práticas ASG no agro

Caio Magri comenta a responsabilidade das empresas do agronegócio, como um dos principais setores da economia, na adoção das boas práticas

No comentário dessa semana, Caio Magri destaca a responsabilidade do agronegócio com o tema da responsabilidade social, uma vez que o setor representa 1/3 do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.

“A responsabilidade social empresarial, também conhecida como responsabilidade social corporativa, tem como objetivo responder às demandas da sociedade brasileira e também internacional centradas nos princípios da ética e que efetivamente desenvolva ações nas agendas social, ambiental, direitos humanos, integridade, transparência, gestão sustentável e que transforme a forma de fazer negócios”.

Todas esses princípios fazem parte das práticas ASG (sigla em português para as boas práticas ambientais, sociais e de governança), salienta Magri, que complementa a informação falando sobre as demandas dos consumidores por optarem consumir produtos desenvolvidos de acordo com esses critérios.

“É natural que os compradores queiram saber a origem dos produtos que consomem (…). “Se [os negócios] são frutos de um trabalho decente ou se são frutos de uma cadeia produtiva de exploração de trabalho escravo e trabalho infantil”.

Certificações

Além de adotar boas práticas, também é importante demonstrá-las por meio de certificações que asseguram o trabalho realizado com base nas práticas ASG.

Um exemplo de certificação citado por Magri é a Norma SA 8.000 (Social Accountability 8.000), que traz dados de transparência sobre as questões sociais. “É uma norma internacional que avalia a maturidade da responsabilidade social da empresa com relação aos seus fornecedores, vendedores e à própria empresa”, explica Caio.

A base para as análises realizadas pela Norma SA 8.000 são as convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da Organização das Nações Unidas (ONU) que versam sobre o tema do trabalho. Sendo assim, “a ferramenta avalia o trabalho decente em todas as suas dimensões e o certifica”.

A Primeira empresa do agro a ter essa certificação foi a Companhia Energética Santa Eliza do município de Sertãozinho, no interior do estado de São Paulo.

“É interessante que a empresa depois declara que os investimentos feitos nesse processo de certificação, que são importantes, são significativos muitas vezes, dependendo do tamanho da empresa, do porte, geraram uma maior motivação do quadro de funcionários, gerando um aumento de 40% na produtividade. Um grande resultado que a empresa reporta”, afirma Caio Magri.

Caio Magri
Caio Magri é graduado em Sociologia pela USP, foi gerente de políticas públicas da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, além de coordenador do Programa de Políticas Públicas para a Juventude da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (SP). Sob a coordenação de Oded Grajew, integrou a equipe da Assessoria Especial do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Atualmente é presidente do Instituto Ethos e participa como membro dos seguintes conselhos: Transparência Pública e Combate à Corrupção (CGU); Pró-Ética (CGU); Agro + (MAPA); Infra + (MInfra); Rede Nossa São Paulo; Instituto de Apoio a Crianças e Adolescentes com Doenças Renais (ICRIM); Associação São Agostinho (ASA); Instituto Brasileiro de Autorregulação no Setor de Infraestrutura (IBRIC); Instituto Ética e Saúde; e Fundo JBS Amazônia.