A pluralidade da Amazônia
Entenda a diversidade da maior floresta tropical do mundo com o novo comentário da coluna de Andrea Azevedo
Na coluna desta semana, Andrea Azevedo fala sobre a diversidade presente na Amazônia e como podemos enxergar a região em sua pluralidade de povos, culturas e ambiente.
“Começando pelo tamanho, a Amazônia é muito grandiosa. Ela está em nove países, é o que a gente chama de PanAmazônia. Ela tem mais de 8 milhões de Km² e o Brasil ocupa 60% dessa região”, informa Andrea.
Falando apenas sobre a parte da floresta presente no Brasil, a Amazônia Legal representa 60% do território nacional e engloba nove estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão), o que confere características diversas à região. “Quando a gente olha a Amazônia de longe, quem não conhece acha que é uma coisa, tem gente que acha que é tudo floresta, tem gente que acha que é tudo desmatamento, tem gente que acha que é tudo gado, mas na verdade a Amazônia é muito plural”, afirma Azevedo.
Ela também fala sobre a iniciativa do grupo Uma Concertação Pela Amazônia, que reúne diversas lideranças para encontrar soluções de desenvolvimento sustentável para o bioma, devido à complexidade da região. “A gente não tem modelos prontos de países que têm florestas tropicais e que tenham trabalhado esse tema do desenvolvimento sustentável super bem. Então, a gente tem que criar as nossas próprias soluções porque a Amazônia é super importante, não só por conta das mudanças climáticas, pelo estoque de carbono que ela carrega, mas também, principalmente, pelos diversos serviços ecossistêmicos que ela tem e pela profunda conexão que ela tem com o próprio agronegócio. A gente tem uma produção imensa de chuva na Amazônia que afeta a região Centro-Sul do Brasil e da América Latina, então quando a gente começa a ter um distúrbio, esse fluxo de chuvas é afetado e a gente já tá vendo isso”.
Andrea também fala sobre as conclusões de um estudo lançado recentemente pelo grupo e que setorizou as diferentes realidades da região. “A Concertação [Pela Amazônia] fez esse documento no final do ano passado e esse documento didaticamente separou a Amazônia em quatro: a Amazônia conservada, que são as áreas mais distantes das cidades, que têm, sobretudo, terras indígenas e unidades de conservação, áreas distantes com dificuldade de logística, mas que tem uma riqueza de biodiversidade muito grande ainda e que tem, do ponto de vista econômico, trabalhado com essa biodiversidade em diversas cadeias, como açaí e castanha-do-brasil, cacau, o próprio pescado, entre outros as cadeias e óleos, enfim, uma infinidade de produtos da floresta; tem as áreas de transição, que tem um conflito entre o desmatamento e ainda tem muita ilegalidade e a restauração de áreas produtivas com sistemas agroflorestais, com sistemas que fazem um consórcio entre agricultura, floresta e pecuária; e tem as áreas convertidas, que são aquelas áreas onde o agronegócio mais tecnificado se instalou, então são áreas consolidadas, como, por exemplo, aqui no Mato Grosso, mas que tem que passar por um processo de modificação intensa no que diz respeito a rastreabilidade, cumprimento do código florestal, boas práticas, enfim, tem que ser uma produção de fato sustentável; e tem as cidades onde estão 75% dessa população e que tem desafios enormes parecidos com qualquer metrópole do Brasil, essas cidades, em geral, são formadas, forjadas de costa para a floresta e não usam toda essa riqueza”, explicou ela.
Confira o comentário completo da coluna de Andréa Azevedo
Nas próximas semanas, Andrea vai falar um pouco mais sobre a Amazônia conservada, que é o foco dos esforços do Fundo JBS pela Amazônia e que tem muitos desafios no desenvolvimento dessas cadeias.