Entenda os 3 desafios para a expansão do cacau na Amazônia

Andrea Azevedo comenta os desafios dos sistemas agroflorestais e a importância dessa produção para reduzir o desmatamento na Amazônia

Na coluna desta semana, Andrea Azevedo comenta os desafios para a expansão dos sistemas agroflorestais, como o cacau, e como essa produção é importante para reduzir a pressão do desmatamento na Amazônia.

A produção de cacau na região é realizada, na maioria das vezes, por agricultores familiares com o objetivo de complementar a renda obtida com a atividade pecuária, que é muito baixa. Em média, os pequenos pecuaristas da região possuem uma renda de R$ 500 a R$ 900 por hectare/ano, em áreas de 20 a 25 hectares. “Ou seja, uma renda insuficiente”, diz Andréa.

“Isso acaba levando essas famílias, algumas famílias, a abrirem mais áreas para expandir horizontalmente essa pecuária extensiva e não produtiva”.

Sendo assim, consorciar a produção de cacau à atividade pecuária tem o potencial de elevar a renda das famílias e evitar a necessidade de abertura de novas áreas.

Três desafios para a expansão do cacau

Entenda Os 3 Desafios Para A Expansão Do Cacau Na Amazônia

Sistemas agroflorestais são importantes para reduzir desmatamento

Conheça os três obstáculos apontados por Andréa Azevedo para que a expansão do cacau aconteça. Confira cada um deles:

Assistência técnica

Um dos obstáculos para expandir o sistema agroflorestal é a assistência técnica, pois é necessário ensinar os produtores e aumentar a confiança deles no negócio.

Crédito

Outro desafio é o crédito, pois o valor para a implantação e manutenção do cacau é alto e oscila entre R$ 16 e R$ 30 mil por hectare.

Abertura de mercado

É importante propiciar uma via de mercado mais fácil e com mais liquidez para os produtos agroflorestais como um todo. O cacau, apesar de já ter uma demanda estabelecida no mercado, pode ser ainda mais rentável para os produtores se houver mais valor agregado ao produto. Tema que Andrea promete trazer com mais profundidade na próxima coluna

Andrea Azevedo
Andrea Azevedo é bióloga, com mestrado em economia ambiental e doutorado na área de políticas públicas e gestão ambiental pela Universidade de Brasília (UNB). Trabalha há 15 anos com a temática do desenvolvimento sustentável na Amazônia, além de morar na região desde a infância. Atualmente, Andrea também exerce a função de diretora do Fundo JBS pela Amazônia.