Conheça os desafios, exigências e implicações do pacto verde europeu
O Pacto Verde Europeu foi lançado em dezembro de 2019 e aprovado pelo Conselho Europeu no mesmo ano
No último dia da série de lives da Agropecuária do Futuro, o Planeta Campo decidiu discutir o último pilar do ESG, a governança. O tema escolhido foram as exigências e implicações do pacto verde europeu.
Participaram da live, Francisco Beduschi, líder do Brasil da NWF, Mauricio Bauer, head de sustentabilidade da JBS Brasil, Caio Penido, presidente da ABAG e Silvia Fagnani, CEO da ThinkBrasil diplomacia corporativa.
O Pacto Verde Europeu ou Pacto Ecológico Europeu, que foi lançado em dezembro de 2019 e aprovado pelo Conselho Europeu no mesmo ano, é um pacote de iniciativas que tem como principal objetivo o alcance da neutralidade climática da União Europeia (UE) até 2050.
Além do crescimento econômico dela sem que esta dependa diretamente da utilização de recursos poluentes e que nenhuma região, nem nenhum habitante, seja deixado para trás. Segundo a Comissão Europeia, “O Pacto Ecológico Europeu será financiado por um terço dos 1,8 biliões de euros de investimentos do Plano de Recuperação do NextGenerationEU e pelo orçamento da UE para sete anos”.
Visando o cumprimento do Pacto, uma série de medidas foram adotadas e estabelecidas pela Comissão Europeia, além da criação de um cronograma para tal. O foco é que as políticas que envolvem clima, energia, transporte e fiscalidade “sejam capazes de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 55 % até 2030, comparando com os níveis de 1990”.
Legislação
De acordo com Penido, o plano de desmatamento zero no Brasil começa em uma situação ruim porque não há respeito a legislação, ainda mais nas propriedades.
“Brasil precisa preservar, precisa levar esse assunto para dentro das propriedades, para a cadeia produtiva. Fazer um plano de melhorias junto a capacitação desses produtores para que essa questão seja evidenciada”, diz o diretor.
Rastreabilidade
Outro ponto abordado durante a discussão foi como cada dia mais a indústria precisa prestar atenção na rastreabilidade.
“Precisamos ainda mais da rastreabilidade é uma exigência hoje em dia cada vez mais do pacto verde. É essencial para o produtor ter esse controle, um acesso a uma pecuária transparente. Há a necessidade de uma plataforma maior de criação entre o fornecedor e o pecuarista para que haja maior comunicação entre eles”, destaca Bauer.
Europa não tem diálogo com o Brasil
Uma discussão abordada durante o debate foi a série de imposições feitas pela Europa durante o Green Deal e a falta de diálogo com países com diferentes características às europeias, na adaptação ao pacto verde europeu. Fagnani e Beduschi discutiram sobre o assunto.
“Não há abertura de diálogo para onde o Brasil precisa ir. Existe a criação de narrativa por parte deles. Tudo que se fala aqui dentro do brasil é “desmentido” pelo europeu, ele diz que domina o assunto. A Europa diz ter a missão de liderar esse projeto pelo mundo mas no próprio continente tem uma série de problemas em países menos desenvolvidos. Sensação de que não há diálogo, apesar de nós alimentarmos eles”, diz Fagnani.
Beduschi ainda salientou que a Europa cobra de países colonizados algo que eles mesmos não conseguem. Além disso há a urgência de querer acelerar ainda mais os processos como a descarbonização, mas não há o entendimento de cada contexto dos países menores.