Guia do Instituto Ethos propõe ações para combate às desigualdades no agro

Caio Magri, diretor do Instituto Ethos, apresenta um guia inovador que orienta empresas e o setor agropecuário a combaterem as desigualdades no Brasil, destacando a importância de ação conjunta

Na coluna de hoje, Caio Magri, diretor do Instituto Ethos, aborda um tema de extrema importância para o desenvolvimento do Brasil: o combate às desigualdades. O Instituto Ethos lançou recentemente um guia que visa orientar empresas e o setor agropecuário sobre como podem contribuir para reduzir as desigualdades no país.

Magri ressaltou que o guia é uma ferramenta crucial para empresas e organizações do setor agropecuário, pois oferece uma série de iniciativas que podem ser adaptadas para atender às necessidades específicas desses segmentos, promovendo, ao mesmo tempo, o desenvolvimento sustentável.

O Brasil, sendo a décima maior economia do mundo, enfrenta uma realidade alarmante: está entre os dez países mais desiguais do planeta. No momento, lidera o ranking de nações com a maior desigualdade de renda e econômica. Isso é uma questão que exige ação imediata e significativa.

Guia traz medidas

Caio Magri, Ethos

Foto: Planeta Campo

O guia apresenta dez medidas organizadas em três agendas principais: direitos humanos, meio ambiente e governança. Magri destaca algumas dessas medidas:

  1. Promoção do Trabalho Decente: Garantir conformidade com a legislação trabalhista, salários dignos e remuneração justa para os trabalhadores rurais é uma medida fundamental.
  2. Diversidade e Equidade: Promover a diversidade é essencial para refletir as diferentes culturas e tradições presentes no setor agropecuário, incentivando a equidade de gênero, etnia e inclusão de pessoas com deficiência.
  3. Combate à Fome e Segurança Alimentar: Com mais de 33 milhões de brasileiros passando fome e mais de 100 milhões em situação de insegurança alimentar, o setor agropecuário pode desempenhar um papel estratégico na garantia de que os alimentos cheguem a todos de maneira acessível.
  4. Gestão Transparente: Transparência na cadeia de valor, de acordo com os direitos humanos e o meio ambiente, é crucial para operações éticas.
  5. Conservação dos Ecossistemas: Combater o desmatamento e apoiar o desenvolvimento sustentável em áreas de uso coletivo pode contribuir para a preservação dos ecossistemas e redução da pobreza nas áreas rurais.
  6. Justiça Climática: Avaliar o impacto ambiental das atividades e trabalhar na redução das emissões de gases do efeito estufa e no combate ao desmatamento ilegal são passos importantes para promover a justiça climática.

“Outra medida crucial é o fortalecimento da democracia no país, pois um ambiente democrático é fundamental para a proteção dos direitos humanos e a igualdade de oportunidades”, cita.

Caio Magri convida empresas e organizações do setor agropecuário a acessarem o guia no site do Instituto Ethos (ethos.org.br) e se inspirarem nessas iniciativas. Ele destaca a importância de um pacto nacional pelo combate às desigualdades no Brasil e reforça o compromisso do Instituto em apoiar essa causa.

Caio Magri
Caio Magri é graduado em Sociologia pela USP, foi gerente de políticas públicas da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança, além de coordenador do Programa de Políticas Públicas para a Juventude da Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto (SP). Sob a coordenação de Oded Grajew, integrou a equipe da Assessoria Especial do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003. Atualmente é presidente do Instituto Ethos e participa como membro dos seguintes conselhos: Transparência Pública e Combate à Corrupção (CGU); Pró-Ética (CGU); Agro + (MAPA); Infra + (MInfra); Rede Nossa São Paulo; Instituto de Apoio a Crianças e Adolescentes com Doenças Renais (ICRIM); Associação São Agostinho (ASA); Instituto Brasileiro de Autorregulação no Setor de Infraestrutura (IBRIC); Instituto Ética e Saúde; e Fundo JBS Amazônia.