Brasil pode incluir “PIB da bioeconomia” nas contas nacionais
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou um estudo ao governo federal propondo a inclusão do “PIB da bioeconomia” no cálculo das contas nacionais; isso colocaria o Brasil entre os pioneiros na mensuração do “fator verde” na economia
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresentou uma proposta ousada ao governo federal: a inclusão do “PIB da bioeconomia” no cálculo das contas nacionais. Esse movimento poderia posicionar o Brasil na vanguarda da mensuração do chamado “fator verde” na economia global.
Para entender melhor essa iniciativa, conversamos com Talita Priscila Pinto, pesquisadora do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV.
Por que a inclusão do “PIB da bioeconomia” é tão relevante?
A inclusão desse indicador nas contas nacionais é fundamental porque o cálculo tradicional do PIB não capta aspectos cruciais da economia relacionados aos ativos ambientais brasileiros e à renda que eles geram.
A bioeconomia, que engloba atividades sustentáveis, como a produção de alimentos, energia renovável e biotecnologia, merece ser devidamente reconhecida e quantificada.
O que é a Conta Nacional de Bioeconomia (CNBio)?
A CNBio é um conceito proposto pela FGV que visa integrar contas econômicas e ambientais. Essa integração seria realizada por meio das “contas-satélite” ou “contas temáticas”, que são extensões do Sistema de Contas Nacionais (SCN).
“Embora, inicialmente, os dados sobre bioeconomia não sejam incluídos no cálculo tradicional do PIB, essa é uma possibilidade futura”, ressalta a pesquisadora.
Como impacta o Brasil?
O Brasil possui uma biodiversidade única e vastos recursos naturais. Ao mensurar adequadamente a bioeconomia, podemos destacar nosso compromisso com a sustentabilidade e a conservação ambiental.
Além disso, isso poderia impulsionar nossa presença no mercado global, já que outros países, como os Estados Unidos, também estão explorando essa abordagem.
Qual é a visão para o futuro?
O Observatório de Bioeconomia da FGV já deu um passo importante ao desenvolver o PIB, que identifica atividades bioeconômicas nas contas nacionais. ”
“Acreditamos que o Brasil tem o potencial de liderar na criação da “conta da bioeconomia”, o que pode resultar em ganhos significativos de mercado e reforçar nossa posição como uma economia sustentável”, finaliza Talita.
A proposta da FGV representa uma oportunidade única para o Brasil se destacar como líder na economia verde, reforçando seu compromisso com práticas sustentáveis e inovação. A inclusão do “PIB” nas contas nacionais pode não apenas promover o desenvolvimento sustentável, mas também abrir novos horizontes econômicos para o país.