Brasil vende sua imagem de líder sustentável em Davos

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, elencou, por exemplo, uma série de oportunidades que o atual contexto brasileiro apresenta para empresas interessadas em um país com farta geração de energia limpa

Brasil vende sua imagem de líder sustentável em Davos

Três ministros do governo brasileiro participaram nesta terça-feira (16) do 54º Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, para divulgar a mensagem de que o Brasil é um lugar seguro para investimentos que buscam, para seus negócios, vínculos com frentes de produção ambientalmente sustentáveis.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que o governo tem dedicado esforços por uma agenda que priorize finanças sustentáveis, bioeconomia, além da questão da nova infraestrutura e da economia circular.

Ao iniciar sua participação, a ministra lembrou que na edição anterior do fórum, em 2023, o que mais se ouvia eram comentários de que “o Brasil voltou”.

Brasil, COP
Foto: Envatorum

“Agora temos uma questão adicional, que é ‘o Brasil voltou e se instalou’. Às vezes é fácil voltar. Mas é difícil se instalar. Acho que conseguimos fazer uma aterrissagem em várias agendas. Uma das mais importantes é a de que a política ambiental seja transversal”, disse Marina, ao enumerar uma série de frentes de ações desenvolvidas pelo governo no último ano, para fazer com que o desenvolvimento ambientalmente sustentável resulte em justiça social.

“O grande desafio é o de fazer com que todas as vantagens comparativas que o Brasil tem possam ser transformadas, em vez de vantagens competitivas, em vantagens distributivas. É fazer com o país, enquanto endereço da agricultura de baixo carbono, possa ser um grande provedor de alimentos; com que o Brasil, enquanto grande produtor de energia limpa, renovável e com geração distribuída, possa dar contribuição para a transformação energética do planeta”, acrescentou.

“Esse é o Brasil do século XXI. Vamos fazer com que o enfrentamento da questão climática seja, ao mesmo tempo, o enfrentamento das desigualdades sociais, com um novo ciclo de prosperidade”, disse.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, elencou uma série de oportunidades que o atual contexto brasileiro apresenta para empresas interessadas em um país com farta geração de energia limpa e estabilidade regulatória.

“Vamos fazer com que isso seja justo para brasileiras e brasileiros que pagaram por esse moderno parque. Vamos avançar ainda mais, reindustrializando o Brasil com manufaturados e atraindo investimentos para que a gente possa não só ter agricultura de baixo carbono, mas para podermos manufaturar nossas riquezas, gerando emprego e renda; gerando oportunidades e cumprindo o grande propósito de combater a desigualdade; de gerar e construir uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais igual”, complementou.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu a criação de um complexo econômico industrial da saúde que esteja associado à biodiversidade do país, visando a produção de biofármacos.

“A transição sustentável deve ser feita também na indústria da saúde, enquanto um dos pilares da nova estratégia de industrialização”, disse.

Os ministros ressaltaram que o Brasil é um líder global na transição energética, com um parque de geração de energia limpa que cresceu 9 GW no ano passado, sendo 8,4 GW de energia eólica e solar. Além disso, o país é um grande produtor de alimentos, com um setor agrícola de baixo carbono.

Por Agência Brasil