COP27: confira os principais fatos da Conferência que termina nesta sexta
A atuação brasileira foi marcada por uma agenda repleta de painéis realizados no estande do país. Foram 24 apenas na primeira semana que reuniram representantes de empresas públicas e privadas.
Os olhos do mundo se voltaram ao Egito. O charmoso balneário de Sharm el-Sheikh acolheu pelo menos 45 mil participantes da cúpula global do clima que deve entrar para a história como a maior das conferências da ONU.
A atuação brasileira foi marcada por uma agenda repleta de painéis realizados no estande do país. A primeira rodada de apresentações teve início já na terça-feira, dia 8. foram 24 painéis apenas na primeira semana e reuniram representantes de empresas públicas e privadas.
A integração do Brasil no mercado de créditos de carbono, o futuro verde da mobilidade urbana, o projeto escolas +verdes, a transição energética, a descarbonização da indústria, e a relação entre agroindústria e o meio ambiente foram alguns dos temas abordados ao longo dos dias.
O Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, divulgou um estudo apontando que 40 milhões de meninas e meninos brasileiros estão expostos a mais de um risco climático ou ambiental. O número é equivalente a 60% dos jovens no país.
O cerrado brasileiro também foi assunto na Conferência, isso porque o bioma que predomina no centro-oeste e que se espalha também pelas regiões norte, nordeste e sudeste faz parte do projeto vertentes. A iniciativa pretende combater a desertificação, promover o manejo sustentável das cadeias da soja e da pecuária de corte, recuperar áreas degradadas, diminuir a emissão de gases de efeito estufa e proteger a biodiversidade no cerrado. ao todo, o investimento no projeto será de r$ 130 milhões e deve alcançar mais de 47 milhões de hectares do cerrado, que engloba os estados da bahia, minas gerais, goiás, mato grosso, mato grosso do sul e distrito federal.
O ministro do meio ambiente, Joaquim Leite, chefe da delegação do Brasil na 27ª conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas destacou avanços em seu governo como o novo marco do saneamento e resíduos, os resultados do programa lixão zero e as iniciativas de pagamentos por serviços ambientais. além disso, citou o mercado regulado de carbono e a monetização dos ativos ambientais. “O mercado regulado de crédito de carbono traz elementos inovadores na formação de instrumentos econômicos que possibilitam a monetização dos ativos ambientais. O Brasil vai ser líder nesta compensação ambiental e exportar créditos de carbono para empresas e países poluidores”.
Leite ainda reforçou o tema das energias verdes.“trouxemos aqui na COP27 o Brasil das energias verdes, com matriz elétrica 85% renovável e recordes históricos de instalação de eólica e solar e, devido às políticas de incentivos dos últimos anos, o país é um exemplo para o mundo”, disse.
Em seu discurso de abertura, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, se comprometeu a proteger o bioma amazônico e fiscalizar atividades ilegais, como garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida.
“Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida, não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030”.
Lula Também mencionou uma promessa feita ao longo da campanha eleitoral: a criação do ministério dos povos originários, para que os próprios indígenas apresentem ao governo propostas de políticas que garantam a eles sobrevivência digna, segurança, paz e sustentabilidade.
Com relação à produção agrícola, afirmou que a meta a ser perseguida é a da produção com equilíbrio, com sequestro de carbono e com proteção à biodiversidade. “Estou certo de que o agronegócio brasileiro será um aliado estratégico do nosso governo na busca por uma agricultura regenerativa e sustentável, com investimento em ciência, tecnologia e educação no campo, valorizando os conhecimentos dos povos originários e comunidades locais. no brasil há vários exemplos exitosos de agroflorestas.”
Lula ainda citou os 30 milhões de hectares de terras degradadas no país. “Temos conhecimento tecnológico para torná-las agricultáveis, não precisamos desmatar sequer um metro de floresta para continuarmos a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Este é um desafio que se impõe a nós brasileiros e aos demais países produtores de alimentos, por isso estamos propondo uma aliança mundial pela segurança alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades, com total responsabilidade climática.”
O Planeta Campo e o Canal Rural estão realizando a cobertura completa da COP27 com apoio da JBS, UPL e SLC Agrícola.