COP27 e o futuro do mercado de carbono para o Brasil
A participação brasileira na Cop pode ajudar a alavancar e destravar o mercado de carbono
No último domingo (6), iniciou a COP27, evento importante para o futuro do mundo e do Brasil.
As metas de sustentabilidade definidas neste evento impactam diretamente na economia e nas decisões de negócios que o país deve seguir nos próximos anos.
Karen Oliveira, membro do grupo executivo da Coalizão Brasil, falou em entrevista ao Planeta Campo sobre o assunto.
“A analogia que eu faço nesse momento, a questão da ambição, é necessário que os países mostrem mais ambição, para poder fazer essa diferença e virar a chave”, explicou.
A participação brasileira na Cop pode ajudar a alavancar e destravar o mercado de carbono, mostrando para o mundo o que já vem sendo feito no Brasil e como o país pode manter boas relações com as grandes economias.
Durante o Acordo de Paris, em 2015, foi criado o artigo 6, este artigo trata do mercado de carbono, existindo dois tipos:
- O mercado voluntário desenvolvido basicamente pelo setor privado
- O mercado regular, de acordo com a regulamentação de cada país
A executiva comenta que nesse sentido tem três pontos do artigo 6 que merecem destaque, ou seja, não é só criar as regras, precisa implementar no que diz respeito a garantia.
“[Precisa verificar se] realmente estou capturando da natureza aquilo que foi emitido, esse é um dos pontos importantes; existir diálogo entre os países; e, finalmente, como vai se chegar a esses critérios para salvaguardar questões sócio ambientais e os mecanismos de reportar os resultados de validar o carbono”, argumenta.
Desafios estabelecidos
Esta é a COP da implementação em que os países precisam mostrar como vão efetivar os muitos compromissos e acordos já assumidos.
Uma aliança de líderes anunciou nesta COP27 recursos para as florestas tropicais, no sentido de tentar trazer um processo de implementação derivado dos resultados da última conferência.
“Ontem foi firmado um pacto para o combate ao desmatamento para redução das emissões que afetam as florestas, agora os países se unem em um processo de implementação”, complementou a executiva.
Participação do Brasil
A ONG Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura está na expectativa do início de novos programas, planos, oportunidades e para o setor de agricultura com o novo governo do Brasil.
“Existem desafios muito importantes que vão ser discutidos , como o processo de descarbonização, uma agricultura de baixo carbono, que é cada vez mais possível produzir melhor sem perda de floresta”, relata Karen.
Aumentar a produtividade com menos emissões de gases do efeito estufa, torna-se um diferencial do país e está na pauta de discussões dos painéis da conferência. A expectativa é que esse debate possa avançar.
O Planeta Campo e o Canal Rural estão realizando a cobertura completa da COP27 com apoio da JBS, UPL e SLC Agrícola.