Pará investe na produção de cacau para incentivar à bioeconomia

O estado lidera a produção nacional e busca a verticalização do cacau para subprodutos valiosos

O Pará, líder nacional na produção de cacau, está apostando no fruto como parte central de sua estratégia de desenvolvimento sustentável através da bioeconomia.

Com o intuito de elevar a geração de renda e diversificar sua matriz econômica, o estado está focando na verticalização da produção do grão e na geração de subprodutos de alto valor agregado, como o chocolate.

Essas iniciativas não somente fortalecem a economia local, mas também contribuem para a preservação da floresta e a promoção da bioeconomia.

Cacau: Fundamento da Bioeconomia do Pará

Cacau, Pará

Foto: Agência Pará

O cacau emergiu como um dos principais pilares da estratégia de bioeconomia no Pará. Sua capacidade de verticalização regional, incluindo a transformação em produtos como o chocolate fino, agrega valor à cadeia produtiva, gerando riqueza e oportunidades de emprego local.

Mário Carvalho, gerente da empresa regional Filha do Combu, ressalta que a geração de subprodutos é vital para impulsionar a riqueza e o sucesso da bioeconomia no estado.

“O cacau será fundamental para o desenvolvimento da bioeconomia no Pará, principalmente a partir do momento em que ele é verticalizado aqui mesmo na Amazônia. O trabalho que a gente desenvolve no Combu, chegando ao chocolate fino, é mais importante do que somente produzir o cacau”, afirma Mário Carvalho, gerente da Filha do Combu, empresa regional que produz cacau e chocolate.

“Chegar ao produto final é a forma que a gente entende que o cacau contribui para o desenvolvimento da bioeconomia, quando ele consegue gerar riqueza aqui”, destaca o gerente.

“É preciso uma boa infraestrutura para que a bioeconomia se desenvolva em todo o seu potencial, sem se prender ao extrativismo. O cacau desempenha esse papel importante porque toda a comunidade se beneficia com a sua produção”, completa Carvalho.

Liderança Nacional na Produção de Cacau

O Pará lidera a produção nacional, contribuindo com mais de 53% do total produzido no país.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2020 e 2021, o Brasil produziu 270 toneladas de amêndoas de cacau, situando o país na sétima posição global.

A produção de cacau é um dos pilares da política de bioeconomia do estado, direcionada para fomentar produtos agroflorestais de maior potencial econômico em comparação com práticas que prejudicam o solo.

Sustentabilidade 

Pará, Cacau

Foto: Agência Pará

O Pará está empenhado em desenvolvimento sustentável, com ênfase em empregos verdes e renda. A bioeconomia é vista como um agente transformador, e o cacau desempenha um papel fundamental nesse cenário.

A simbiose entre o cultivo do grão e a floresta demonstra a relevância dessa cultura para a conservação do solo e a sustentabilidade ambiental.

Segundo o titular da Semas, Mauro O’de Almeida, o objetivo é que se possa alcançar um modelo sustentável de desenvolvimento no estado.

“Nós acreditamos na força transformadora da bioeconomia para gerar empregos verdes e renda em um processo capaz de se manter ao longo do tempo. No manejo da floresta, colocamos em prática o velho ditado que diz que a floresta em pé vale muito mais do que derrubada. Neste sentido, é fundamental o desenvolvimento de culturas como a do cacau”, afirma o titular da Semas.

Rentabilidade e Produtividade do Cacau

Além de sua qualidade internacionalmente reconhecida, o cacau é uma fonte de alta rentabilidade no Pará.

Movimentando quase 2 bilhões de Reais, de acordo com o Valor Bruto das Produção Agropecuária (VBP) de 2022 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o cacau é um indicador econômico significativo.

A produção no estado alcançou 145 mil toneladas na safra 2021/2022, com produtividade média quase duas vezes superior à média nacional.

Pequenos Produtores 

Pará, Cacau, Bioeconomia

Foto: Agência Pará

Cerca de 70% da produção de cacau no Pará é realizada em áreas degradadas, envolvendo agricultores familiares e sistemas agroflorestais. Essa abordagem sustentável combina a preservação florestal com emprego e renda, contribuindo para a restauração florestal produtiva.

Segundo levantamento da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap) Medicilândia lidera a produção, seguida por Uruará e outras cidades da Região de Integração do Xingu.