Brasil recebe certificação para redução de emissões de metano na pecuária

A certificação Go Planet foi criada para promover práticas sustentáveis na pecuária brasileira, principalmente no que diz respeito à redução das emissões de metano

A pecuária de corte e leite no Brasil deu um passo significativo em direção à sustentabilidade com a introdução da primeira certificação de redução de emissões de metano no rebanho, chamada Go Planet.

Criado e administrado pela FairFood, uma empresa brasileira especializada em certificações para a cadeia pecuária, o selo é concedido a empresas que demonstram o cumprimento de vários requisitos no processo produtivo, incluindo a suplementação da dieta dos animais com aditivos que auxiliam na redução da emissão de metano.

Objetivo da certificação

Pecuária

Foto: Embrapa

A certificação Go Planet foi criada para promover práticas sustentáveis na pecuária brasileira, principalmente no que diz respeito à redução das emissões de metano.

O interesse foi impulsionado pelo Compromisso Global do Metano, um acordo voluntário assinado pelo Brasil e mais de cem países, que visa reduzir as emissões de metano em 30% até 2030 para limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

A emissão de metano proveniente do rebanho de gado é a principal fonte direta de gases de efeito estufa na agropecuária brasileira, representando 65% das emissões do setor.

“É uma grande oportunidade para os mega players de carne ou leite. Além da demanda do consumidor interno, eles têm uma grande demanda do mercado externo, de se mostrarem como empresas engajadas em sustentabilidade e tomarem ações efetivas de mitigação e combate às mudanças climáticas”, disse a diretora de Sustentabilidade da FairFood, Bruna Silper, em entrevista ao Broadcast Agro.

Benefícios do selo

Selo Go Planet Correto

Foto: Fairfood

O selo Go Planet estabelece rigorosos parâmetros que precisam ser atendidos na fazenda e na administração dos aditivos redutores de emissão de metano. O selo atualmente se aplica apenas a empresas de nutrição animal que possuem aditivos certificados para essa finalidade.

O aditivo age no rúmen dos bovinos, suprimindo uma enzima que ativa a produção de metano. Essa solução inovadora permite uma redução média de até 45% nas emissões de metano em gado de corte e 30% em gado leiteiro. A certificação também enfatiza a rastreabilidade do gado desde a fase de engorda e terminação.

O Conceito de Rastreabilidade

A rastreabilidade pode ser definida como a capacidade de reencontrar o histórico, a utilização ou a localização de um produto por meio de identificação registrada. Em outras palavras, é a habilidade de rastrear um objeto, sabendo sua localização e identificando todo o seu histórico, desde a sua origem até chegar ao consumidor final.

Esse sistema de rastreabilidade permite controlar e monitorar todas as etapas do processo produtivo, garantindo a origem e a qualidade do produto final.

Futuro da certificação

A FairFood, responsável pela certificação Go Planet, espera que a iniciativa seja adotada por mais empresas no setor, visando expandir a redução das emissões de metano. O selo já foi adotado pelas marcas Carapreta e NoCarbon, que serão as primeiras a exibir o selo em seus produtos.

Além disso, há negociações em curso com outras empresas interessadas em obter a certificação. A expectativa é que mais cinco empresas obtenham a certificação até o próximo ano. A FairFood também tem planos de levar a certificação a outros países da América Latina.

Impacto na indústria pecuária

Pecuária

Foto: Adobe

A Go Planet representa um marco importante na busca por uma pecuária mais sustentável no Brasil. Além de contribuir para os objetivos de redução de emissões estabelecidos no Compromisso Global do Metano, a certificação também oferece às empresas a oportunidade de demonstrar compromisso com a sustentabilidade e o combate às mudanças climáticas.

Com essa certificação, a indústria pecuária brasileira dá um passo em direção a práticas mais conscientes e responsáveis, visando um futuro mais equilibrado para o meio ambiente e para a economia.