Embrapa mede emissão de metano em touros
A instituição já vem trabalhando a pesquisa da emissão de gases do efeito estufa de animais a campo e do sistema solo-planta desde 2012.
A Embrapa Pecuária Sul desenvolveu recentemente uma metologia que mede a emissão de metano em touros durante o processo digestivo. A novidade foi apresentada recentemente durante a Expointer.
A pesquisadora da instituição, Cristina Genro, explicou ao Planeta Campo, como funciona a nova metodologia.
De acordo com Cristina, a Embrapa já vem trabalhando a avaliação de emissões de gases de efeito estufa de animais e também o compartilhamento do sistema solo-planta desde 2012.
“A partir do ano passado nos dedicamos a adaptar essa metodologia que usamos para avaliação das emissões dos animais a campo na pastagem, para avaliação de metano dos reprodutores que vão todos os anos para a unidade”, contou.
Segundo a pesquisadora, os animais das raças européias angus, charolês, braford e hereford vão todos os anos para a unidade da Embrapa para avaliação de desempenho e eficiência alimentar.
A metodologia
A metologia é baseada no uso de um indicador chamado gás exafloreto de enxofre, o qual é dosado nos animais três dias antes da avaliação.
“Colocamos os arreios nesse animais e no arreio um tubo coletor. Este tubo tem um cano que vai até a narina do animal e que fica coletando o gás e enviando para o tubo durante 5 dias. Então, amostras diárias desse gás metano e do exafloreto vão se acumulando nesse tubo. Depois de 5 dias, retiramos os arreios e tubos e enviamos para análise” explicou.
Para realizar a metodologia em touros que são animais pesados e em sistema de confinamento, foi feita uma adaptação – diferente do que é realizado em animais a campo. Os tubos foram colocados em arreios, nas costas dos bovinos.
Porque o gás metano?
O mundo está cada vez mais preocupado com a redução do gás metano na atmosfera, mas geralmente ninguém questiona o porquê.
A escolha é porque o metano é um dos gases do efeito estufa de vida mais curta na atmosfera, portanto as ações que forem realizadas para minimizar essa emissão hoje, terão respostas em pouco tempo, em cerca de 12 anos.
“Se nós fossemos trabalhar com óxido nitroso, por exemplo, essa resposta viria daqui 100 anos, e não atenderia a urgência que temos hoje no mundo. Logo, temos que trabalhar com o metano”, pontuou.
Além do metano
Além de aliar a emissão de metano com as provas de avaliação a campo e alimentar, a Embrapa Pecuária Sul pretende realizar uma validação genética dessa característica.
“Para realizar a validação de acordo com a raça precisamos coletar os dados de muito mais animais e assim formar um banco de dados, para num futuro próximo ter a validação genética da raça de menor emissão. Mas isso é mais adiante”, concluiu Cristina.