Embrapa desenvolve tecnologia para rastreabilidade individual de bovinos
A Embrapa e a Taggen, startup que auxiliou na pesquisa, esperam concluir os testes da tecnologia até o final de 2023 e iniciar a comercialização em 2024
A Embrapa Pecuária Sudeste e a startup Taggen Industries and Services, especializada em IoT e RFID, estão desenvolvendo uma solução tecnológica para monitoramento individual de bovinos desde o nascimento até o consumidor final. A tecnologia, que já está em fase de testes na fazenda Canchim em São Carlos (SP), sede da Embrapa Pecuária Sudeste, tem como meta ser viável economicamente e de fácil implantação para ser adotada em escala em todo território nacional.
O sistema de rastreabilidade e monitoramento permite rastrear o animal em tempo real, identificando sua localização, status de saúde, produtividade e outros dados relevantes. A tecnologia também pode ser usada para garantir a origem da carne e assegurar que o gado não foi criado em áreas com passivos ambientais e sociais, como regiões de desmatamento.
Segundo Werter Padilha, CEO da Taggen, a parte técnica já está concluída, mas existem ainda alguns desafios que serão solucionados pela parceria. “Um dos desafios ainda é a conectividade, já que a ideia é o monitoramento de toda a vida do animal, desde o nascimento até o consumidor final. Outro é o custo, que deve ser viável para adoção em escala dos pecuaristas”, explica Padilha.
A diretora de vendas e desenvolvimento de mercado do CPQD, Sirlene Honório, acredita que os desafios tecnológicos desse projeto podem ser superados.
“Para atender o cliente, é preciso observar um ou mais desses pilares: aumentar a receita, diminuir um custo ou eliminar riscos”, diz Honório.
Embrapa liderando a inovação
A pesquisa está sendo conduzida na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos (SP). Sessenta animais já estão sendo monitorados na fazenda experimental do centro de pesquisa. Vinte vacas de leite e 40 bovinos de corte em sistema extensivo e intensivo com integração Lavoura-Pecuária Floresta (ILPF).
A inovação é baseada, inicialmente, em tecnologia de comunicação digital sem fio BLE (Bluetooth Low Energy), composto de dispositivos individuais (beacon), leitores (gateways) e a plataforma TG Bov, da Taggen, de monitoramento em cloud com aplicativos em tablets e smartphones também. A ideia é que a ferramenta não exija alta qualificação do operador, porque os dispositivos são de simples instalação, seja no animal ou no ambiente, simplificando e acelerando seu processo de uso.
“Queremos que os dispositivos sejam fáceis de adquirir, instalar e usar. O monitoramento dos animais precisa estar disponível ao pecuarista onde quer que ele esteja. É a aplicação direta e imediata do conceito ‘plug and play’, ou seja, o cliente compra e ele mesmo instala”, fala Padilha.
A Embrapa e a Taggen esperam concluir os testes da tecnologia até o final de 2023 e iniciar a comercialização em 2024.