Leite: desconforto térmico e eventos climáticos extremos indicam queda na produção durante a primavera
De acordo com estudo, o estresse térmico pode causar redução da ingestão de alimentos, aumento da temperatura corporal, diminuição da produção de leite e até mesmo morte dos animais
Temperaturas elevadas, alta umidade do ar e grandes amplitudes térmicas registradas durante a primavera no Rio Grande do Sul podem ter causado uma queda na produção de leite no estado, segundo um estudo publicado pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).
O estudo, que analisou as condições meteorológicas ocorridas no período, como precipitação pluvial, temperatura e umidade do ar, utilizou o Índice de Temperatura e Umidade (ITU) para documentar e identificar as faixas de conforto/desconforto térmico às quais os animais foram submetidos.
Os resultados mostram que o trimestre avaliado registrou temperaturas médias do ar elevadas, alta umidade do ar e grandes amplitudes térmicas entre as temperaturas absolutas do ar máximas e mínimas, principalmente nos meses de setembro e novembro.
“A primavera propiciou a ocorrência de situação de estresse térmico, levando à estimativa de queda de produção de leite nas dez regiões ecoclimáticas do Estado avaliadas”, afirma a pesquisadora Adriana Kroef Tarouco, uma das autoras do estudo.
Produção de leite afetada
A pesquisadora explica que o estresse térmico pode causar redução da ingestão de alimentos, aumento da temperatura corporal, diminuição da produção de leite e até mesmo morte dos animais.
Além do estresse térmico, os eventos climáticos extremos ocorridos durante a primavera também trouxeram consequências à produção leiteira. O estudo aponta que houve prejuízos causados por geadas, granizo, chuvas intensas e ventos fortes.
Conforme o estudo, as regiões Serra do Sudeste e Grandes Lagos tiveram os maiores períodos de conforto térmico. Já o Vale do Uruguai e Baixo Vale do Uruguai registraram períodos mais elevados de estresse térmico aos animais durante a primavera. Os municípios de Itaqui e São Borja (Baixo Vale do Uruguai) e Porto Vera Cruz (Vale do Uruguai) são os locais onde se registrou maior situação de estresse térmico no mês de novembro.