Mercado Halal: Brasil é destaque mundial em Fórum Global do segmento

O Secretário-Geral da Câmara Islâmica de Comércio, Indústria e Agricultura, Yousef Hassan, enfatizou que o Halal é uma ponte importante para promover o respeito mútuo entre culturas e que o Brasil é um caso de sucesso nesse mercado.

Nesta segunda-feira (23), teve início a segunda edição do Global Halal Brazil Business Forum, que se tornou o maior debate sobre o mercado Halal no Brasil e um espaço significativo para networking na área.

O evento aconteceu na cidade de São Paulo e continua até hoje. Promovido pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e pela certificadora Fambras Halal, o encontro reuniu especialistas, autoridades e empresários do Brasil e de todo o mundo.

Mercado Halal

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Foto: Reprodução

O fórum começou com a participação de autoridades do mundo árabe, destacando o Brasil como um grande produtor e o maior exportador global de proteínas Halal, que seguem os preceitos do Islã, incluindo um procedimento especial de abate.

O Secretário-Geral da Câmara Islâmica de Comércio, Indústria e Agricultura, Yousef Hassan, enfatizou que o Halal é uma ponte importante para promover o respeito mútuo entre culturas e que o Brasil é um caso de sucesso nesse mercado.

“O Brasil destaca-se como um dos maiores exportadores de carne de frango do mundo, e grande parte dessas exportações tem como destino mercados islâmicos, onde os consumidores apreciam produtos Halal. Essa produção de carne de frango contribui significativamente para o desenvolvimento econômico da agricultura brasileira, beneficiando diversas regiões do país”, afirmou Sula Alves, diretora técnica da ABPA.

ESG

Esg, Empresas, Agro

Foto: Envato

O primeiro painel de discussões abordou a relação entre a produção Halal e as questões de ESG (ambiental, social e de governança). Foi discutido como as exigências desse mercado visam minimizar o impacto ecológico e como o setor contribui significativamente para o desenvolvimento econômico da agricultura brasileira.

“Para obter a certificação, é imperativo demonstrar que não se causa danos ao meio ambiente ou a indivíduos. Além disso, é fundamental estar envolvido em ações sociais que melhorem a vida das populações menos favorecidas, independentemente de etnia ou raça. Esse é o cerne da natureza do Halal. Grande parte do processo de certificação Halal destina-se a ações sociais e educacionais em prol dessas comunidades, disse Ali Zaghbi, vice-presidente da Fambras.

A empresa Seara Alimentos, representada por seu CEO João Campos, compartilhou práticas de ESG e sustentabilidade relacionadas ao mercado. As exportações desses produtos em 2022 totalizaram US$ 23,41 bilhões, um aumento de 41% em relação ao ano anterior.

O evento destacou que para ser considerado Halal, é necessário comprovar práticas que não prejudiquem o meio ambiente e que promovam o bem-estar social. Além disso, a transparência e a ética nas relações comerciais são valores fundamentais.

Apesar do sucesso atual nas exportações, existe o desafio de diversificar a pauta de exportações e ampliar a participação de alimentos industrializados. O foco está em atender à demanda dos países muçulmanos com produtos de valor agregado e industrializados, fortalecendo a posição do Brasil nesse mercado.

“O Brasil possui uma posição de destaque nas exportações de matérias-primas e ingredientes industriais. Atualmente, nosso objetivo é demonstrar tanto para a população quanto para os governos dos países que adquirem nossos produtos Halal que o Brasil é capaz de fornecer produtos de alta qualidade em quantidades suficientes. Além disso, estamos buscando diversificar nossa oferta, especialmente com produtos industrializados que podem atender diretamente às demandas dos consumidores”, finalizou Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe.

Segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o Brasil é o maior exportador mundial de carne de aves e bovina Halal, com 30% de suas exportações de proteínas destinadas a países muçulmanos. O país se tornou um fornecedor essencial de alimentos e bebidas para os 57 países da Organização para a Cooperação Islâmica.