Pesquisa revela que aditivos à base de tanino em confinamentos reduzem 17% das emissões de metano
Reduzir as emissões de gases de efeito estufa é uma tarefa complexa, mas através de pesquisas, a pecuária brasileira tem se destacado no enfrentamento desse desafio
O Neutropec, o Centro de Ciência para o Desenvolvimento da Neutralidade Climática da Pecuária de Corte em Regiões Tropicais, lançado em 2022 em São José do Rio Preto, trouxe uma pesquisa com resultados e novidades animadores.
O estudo conduzido pelo Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ) mostrou que a utilização de aditivos alimentares naturais à base de tanino na dieta dos bovinos pode reduzir consideravelmente as emissões de metano na pecuária.
Pesquisas avançadas em São José do Rio Preto
Foto: Pixabay
Os projetos de pesquisa que antes estavam localizados em Sertãozinho agora estão sendo transferidos para São José do Rio Preto, trazendo consigo resultados impressionantes. A pesquisa recente publicada pelo IZ revelou que a adição de aditivos de tanino na alimentação do gado em confinamento reduziu as emissões de metano em 17%. Esse número é de grande relevância, e poucos aditivos alcançam tal magnitude de impacto.
A redução das emissões pode chegar a 30%, e a escolha de aditivos certificados é essencial para garantir a eficácia na redução de emissões não apenas de metano, mas também de óxido nitroso (N2O) no esterco. A pesquisa em São José do Rio Preto representa um passo significativo na busca por práticas mais sustentáveis na pecuária de corte.
Com experimentos em andamento e um sistema de confinamento integrado em operação, São José do Rio Preto está se tornando um polo de pesquisa em nutrição e pecuária.
O estabelecimento de parcerias estratégicas, como a colaboração com o grupo JBS, desempenha um papel fundamental no avanço dessas pesquisas. A preocupação com a sustentabilidade é compartilhada tanto por instituições públicas quanto por empresas privadas, o que acelera o processo de levar novas tecnologias ao setor produtivo.
Colaboração com a JBS
Foto: IZ
A colaboração da JBS com as pesquisas visando à redução das emissões no setor pecuário está alinhada com o compromisso da empresa de atingir a neutralidade de carbono até 2040. A pesquisa é realizada pelo novo Laboratório de Fermentação Ruminal e Nutrição de Bovinos de Corte do IZ, inaugurado na região. Os pesquisadores acompanharão os animais de um confinamento da JBS em Guaiçara (SP) por aproximadamente seis meses, fornecendo dados fundamentais para os estudos.
Reduzir as emissões de gases de efeito estufa é uma tarefa complexa, mas a pecuária brasileira tem se destacado no enfrentamento desse desafio. Além de práticas naturais, como o Sistema de Plantio Direto e a Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF), aditivos alimentares têm desempenhado um papel importante na mitigação das emissões.