Etanol de trigo é novo mercado para produtor do RS

Além de ter o mercado interno como consumidor importante de trigo, o Rio Grande do Sul começou a exportar e agora abre a janela de oportunidade para o etanol

Os chamados combustíveis verdes são apontados como uma das soluções para que os países substituam os combustíveis fósseis e consigam cumprir com as metas ambientais previstas no Acordo de Paris para frear o aquecimento global.

Essa produção de combustíveis derivados de fontes renováveis cresce no brasil se utilizando de matérias-primas como a cana, milho, beterraba e trigo para gerar etanol, por exemplo.

No Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal no Brasil, os investimentos em etanol de trigo já chegam a 1 bilhão de reais para expansão do mercado. O maior empreendimento é o da BSBIOS, no valor de R$ 556 milhões.

Mudança de cenário

Trigo 1 | Planeta Campo

A cultura do trigo mudou muito nos últimos anos e deve se modificar ainda mais. Com investimentos em tecnologia e pesquisa, a produção avança no Brasil. O Rio Grande do Sul, por exemplo, superou a marca de 6 milhões de toneladas esse ano.

Além de ter o mercado interno como consumidor importante do cereal, o Rio Grande do Sul começou a exportar e agora abre a janela de oportunidade para o etanol.

“O produtor de trigo vai ter ao menos três mercados para optar e certamente isso vai ampliar a área plantada e aumentar a produção nos próximos anos no sul do Brasil”, analisa Erasmo Carlos Battistella, presidente da BSBIOS.

Investimento

O Brasil possui uma vantagem na produção do etanol de trigo, que é a capacidade de usar um cereal de menor qualidade, que não está enquadrado como comestível. Ou seja, isso pode gerar reaproveitamento na cadeia produtiva, impulsionando a economia circular.

Além disso, a BSBIOS está trabalhando no desenvolvimento de novas variedades de trigo já testadas
em campo e, produzindo sementes com características especiais para a produção do etanol.

“O investimento já está em curso. Estamos trabalhando fortemente na parte de engenharia e na definição da tecnologia e licenciamento ambiental. Queremos até o fim do ano iniciar a construção da unidade. Tudo andando bem, ao final de 2024, com a safra colhida em outubro/novembro, devemos começar a primeira produção em larga escala de etanol de trigo no Rio Grande do Sul”, conta Battistella.

A operação do projeto deve consumir 600 mil toneladas de trigo por ano.