BNDES vai modernizar concessão de florestas por meio da remuneração

O objetivo é utillizar o pagamento por serviços ambientais e o mercado de crédito de carbono para tornar a preservação uma atividade ainda mais lucrativa.

O BNDES vem realizando estudos para verificar a viabilidade de modernizar o modelo de concessão ambiental existente baseado na remuneração para conservação e recuperação de florestas públicas. A ideia é utillizar o pagamento por serviços ambientais e o mercado de crédito de carbono para tornar a preservação uma atividade mais lucrativa, como já vem sendo realizada.

Em entrevista ao Planeta Campo, o superintendente de parcerias do BNDES, Pedro Barros, e Robson Oliveira, chefe de departamento de estruturação de projetos socioambientais, detalharam a iniciativa.

De acordo com Barros, desde o final de 2020, o Banco vem construindo um programa de concessão de ativos ambientais e estruturado em três pilares: preservação ambiental, desenvolvimento regional e fomento ao turismo sustentável.

“Já temos atuado com bastante êxito no programa de concessão de parques. Já tivemos cinco leilões e vamor terminar 2022 com mais cinco . O Parque Nacional do Iguaçu é pioneiro nesta carteira. Na segunda vertical temos as concessões para fins de manejos sustentáveis, que são concessões que tem como receita os produtores madeireiros e não madeireiros das florestas. E no terceiro pilar estão os estudos para viabilizar as primeiras concessões em unidades de conservação federais com créditos de  carbono florestal e pagamento por serviços ambientais no Brasil”, explicou.

Ainda  segundo o superintendente, é um trabalho que o Banco realiza em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes, cujo objetivo é levar investimentos para auxiliar na preservação ambiental e ainda promover o desenvolvimento das regiões.

“O Brasil é privilegiado em belezas naturais e acreditamos que podemos alavancar a economia verde em meio a esses projetos de parcerias,  pra trazer investimentos e auxiliar na preservação,  bem como promover o desenvolvimento dessas regiões, que geralmente ficam em áreas remotas. Em primeiro lugar queremos contribuir para agenda de preservação ambiental”, frisou.

Biomas beneficiados

De acordo com o chefe do departamento de projetos socioambientais, este tipo de concessão já tem exemplos que funcionam bem e que contribuem para a preservação de várias formas.

“Uma delas é a própria ocupação do território próximo às florestas, onde você gera renda para pessoas no entorno e as pessoas tem menos incentivo para fazerem atividades ilegais na floresta. Outro exemplo é que dentro dos contratos de concessão, os concessionários tem diversas obrigações como construir postos de vigilância, investir em educação ambiental. Então tanto os projetos que já existem e os que vamos implementar tem como objetivo primeiro a proteção”, pontuou.

Ainda segundo Oliveira, o setor de preservação ambiental de florestas precisa de recursos e irá começar pela Amazônia.

“A Amazônia é a que demanda mais no momento. Depois vamos expandir para todos os outros biomas“, finalizou.