Startup brasileira é reconhecida pela ONU como solução humanitária no acesso à água potável

A tecnologia é capaz de transformar água doce vinda de chuvas, rios, poços, represas, açudes e lagos em água potável, eliminando 100% de vírus e bactérias

O Brasil detém 12% de toda a água mundial, mas, ainda assim, 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável, segundo dados da Agência Nacional de Saneamento Básico (ANA).

Pensando nisso, em 2019, empreendedores paulistas, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de São Carlos (Ufscar) desenvolveram uma solução prática e eficiente que possibilita a purificação de até 5.760 litros por dia (4 litros por minuto), levando água potável para regiões sem rede de distribuição.

Nomeado como PW5660, a tecnologia é capaz de transformar água doce vinda de chuvas, rios, poços, represas, açudes e lagos em água potável, eliminando 100% de vírus e bactérias e reduzindo em 95% a turbidez da água.

A solução pesa apenas 15 quilos e uma unidade consegue abastecer até 100 pessoas – considerando que cada uma consumiu até 50 litros por dia, de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com foco em responsabilidade social, a PWTech desenvolve projetos baseados nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Abastecimento De Água

Foto: Pixabay

Água de qualidade

Em 2022, foi nomeada pela própria organização intergovernamental, como uma solução de atendimento imediato de ajuda humanitária no acesso à água potável. O Projeto Nascente, por exemplo, teve como finalidade garantir saneamento básico aos moradores da Ilha do Bororé, localizada às margens da represa Billings, em São Paulo.

Em março de 2022, a startup enviou 50 equipamentos para a Ucrânia, onde 10 mil pessoas foram atendidas. O país sofre ataques e tentativas de invasão por parte da Rússia desde o início do ano passado. No mesmo ano, a empresa foi responsável por garantir água potável em Tonga – país localizado na Oceania – que foi devastado por uma sequência de desastres naturais que incluíram erupção vulcânica, tsunami e terremoto.

No Haiti, onde um terremoto deixou 1,2 mil mortos, os purificadores da PWTech garantiram água para 150 mil pessoas. No mesmo ano, a startup foi escolhida pelo PMA – ONU para remediar calamidade em Madagascar após o país ser devastado por quatro ciclones em um mês.

Neste ano, a companhia já realizou a doação de três equipamentos para o Hospital de Campanha em Surucucu – RR, fato que colaborou com mais de 100 famílias no acesso à água potável. Ao todo, mais de um milhão de pessoas já foram auxiliadas pela tecnologia.

Hoje, a equipe é composta por 14 colaboradores, sendo seis engenheiros e seis técnicos, todos capacitados para solucionar problemas hídricos nos mais diferentes segmentos. Prevê, ainda, um crescimento de 20% nos próximos cinco anos. Para 2023, a expectativa é que o Projeto Água Boa Nas Escolas amplie a rede de atendimento, possibilitando água potável para diversas escolas do país. Atualmente, o Brasil conta com 181.939 instituições de ensino, destas, 26% não dispõem de água tratada.

Até o momento, mais de 600 purificadores foram instalados pela PWTech no Brasil e no mundo. Falando no âmbito internacional, 15 países foram alcançados, sendo os principais. Ucrânia, Tonga, Madagascar, Kiribati, Haiti e Síria.

Após um ano repleto de realizações, entre os dias 17 e 28 de abril, a PWTech foi convidada a participar da nona HNPW – Humanitarian Network and Partnership Weeks – com a delegação brasileira formada pelo alto escalão de bombeiros de vários estados brasileiros, que prestam ajuda para países em situação de crise.

O evento oferece uma oportunidade para que profissionais do setor humanitário troquem experiências, discutam novos conceitos e colaborem na busca de soluções para desafios comuns na preparação e resposta a crises.