União Europeia aprova medidas para combater o greenwashing

Novo conjunto de regras de combate ao greenwashing visa garantir que etiquetas “ecológicas” ou “naturais” correspondam à realidade e incentivar a durabilidade dos produtos

Em uma importante iniciativa para promover escolhas conscientes dos consumidores e combater o greenwashing, a União Europeia (UE) aprovou um conjunto abrangente de regras. Essas medidas têm como objetivo assegurar que as etiquetas “ecológicas” ou “naturais” nos produtos correspondam verdadeiramente às suas características, além de incentivar a durabilidade dos mesmos.

“Essa medida começa a valer só agora. Ainda não dá para ter certeza se a medida realmente dará certo pois tudo está muito recente”, salienta Silvia Fagnani CEO da Think Brasil.

O pacote de medidas também busca evitar descartes desnecessários e aumentar a vida útil de certos produtos.

Um dos principais focos dessas regras é combater o greenwashing, um problema que tem sido discutido e amplamente debatido no meio empresarial.

Greenwashing

Foto: Envato Elements

Greenwashing

O greenwashing ocorre quando uma organização utiliza estratégias e propagandas enganosas para promover práticas ambientais que não são realmente realizadas pela empresa. Essa prática visa criar uma falsa aparência de sustentabilidade, enganando os consumidores e fazendo com que acreditem que estão contribuindo para causas ambientais ao adquirir determinados produtos ou serviços.

Para lidar com essa questão, as novas regras exigem que as empresas forneçam informações precisas e confiáveis aos consumidores. Isso inclui a garantia de que as etiquetas e declarações de produtos “ecológicos” ou “naturais” reflitam fielmente suas características reais. As condições da garantia, incluindo possíveis extensões, também devem ser claramente comunicadas aos consumidores.

“Com a criação do UE Eco Label, agora há uma série de padrões e medidas que devem ser seguidas para conquistar um selo que realmente demonstra que o produto segue padrões sustentáveis. Qualquer outra certificação privada também vai ter que passar por aprovação da UE, isso vai evitar que o greenwashing ocorra com os produtos”, ressalta a CEO.

Além disso, as medidas aprovadas buscam promover a durabilidade dos produtos. Por exemplo, aparelhos eletrônicos devem ser compatíveis com acessórios de outros fabricantes, reduzindo a necessidade de descartar dispositivos completos apenas por causa de componentes específicos.

Outra mudança importante é que os aparelhos eletrônicos que requerem reparos complicados devem ser acompanhados de alertas claros sobre essas restrições. Isso permitirá que os consumidores façam escolhas informadas ao adquirir produtos que possam exigir manutenção ou reparos mais complexos.

Essas medidas têm como objetivo melhorar a qualidade das informações disponíveis para os consumidores e incentivar as empresas a se concentrarem na durabilidade e sustentabilidade de seus produtos. A UE está empenhada em fortalecer a conscientização ambiental e fornecer aos consumidores as ferramentas necessárias para tomar decisões de compra mais sustentáveis.

“O produto agora pode até ser tirado do mercado ou a empresa sofrer grandes multas caso a sua sustentabilidade não seja comprovada. Além disso, ficará doze meses sem poder mexer com nenhum recurso público” diz Fagnani.

Essa iniciativa é um passo importante para combater o greenwashing e promover um ambiente de consumo mais transparente e responsável. Espera-se que essas regras inspirem outras regiões do mundo a adotarem medidas semelhantes, visando proteger o meio ambiente e empoderar os consumidores a fazerem escolhas conscientes.