COP-28: Brasil terá maior delegação de sua história em Dubai

Será durante esta COP que as nações irão publicar o Global Stocktake (GST), um balanço global sobre os avanços, retrocessos e os porquês dos resultados obtidos durante os últimos anos

A exatos 30 dias para a 28ª Conferência do Clima das Nações Unidas de Dubai (COP-28), o Brasil se prepara para ser a maior delegação do evento em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) já conta com 1.400 participantes, que representam setor público, empresariado e sociedade civil. No pavilhão brasileiro, já há previsão de 110 eventos no período da COP, que vai de 30 de novembro a 12 de dezembro.

“Chegaremos na COP com uma ‘megadelegação’ e com liderança, seja na área de energia, agricultura e no próprio combate ao desmatamento”, afirmou o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), embaixador André Aranha Corrêa do Lago, em evento da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) na semana passada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará nos dias 1 e 2 dezembro, segundo a previsão. Ao longo da COP-28, 15 ministros de Estado – entre eles o da Fazenda, Fernando Haddad, e a do Meio Ambiente, Marina Silva – participarão em momentos diferentes segundo a programação dividida de forma temática. A ministra Marina chega no dia 29 de novembro em Dubai. A previsão é que Haddad embarque no dia 30 de novembro.

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Cop 28

Foto: COP

A COP-28 carrega uma importância especial para o Brasil, que sediará a COP-30 dentro de dois anos. Será nessa conferência que as nações irão publicar o Global Stocktake (GST), um balanço global sobre os avanços, retrocessos e os porquês dos resultados obtidos, nesses oito anos do Acordo de Paris, pelos 195 países signatários.

É a partir do GST que as nações irão revisar e apresentar os seus novos compromissos para atender à meta climática global durante a COP-30.

“2025 será o ano da nova rodada de renovações das metas climáticas dos países signatários. Caberá ao governo brasileiro, como presidente da conferência, convencer as partes de que é preciso assumir compromissos mais robustos”, escreveu Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) em artigo publicado no Estadão/Broadcast.

Com a revisão publicada em setembro pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, a pedido pelo Ministério do Meio Ambiente, o objetivo do Brasil é chegar em 2025 com uma emissão máxima de 1,34 GtCO2e (gigatonelada de dióxido de carbono equivalente), o que representa uma redução de 48% em relação a 2005, segundo o quarto inventário nacional. Já para 2030, a meta é chegar a 1,21 GtCO2e (redução de 53% na mesma base de comparação).

Depois de quatro anos com aumento nas taxas de desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado, o desafio do Brasil em cumprir a sua NDC (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada) ficou maior, segundo o Observatório do Clima. Mas o País vai conseguir cumprir a meta de redução de emissões de gases de efeito estufa caso acelere o ritmo de combate ao desmatamento na Amazônia, que sozinho responde por 36% das emissões brutas do Brasil.
A perspectiva foi divulgada nesta terça-feira, 31, pelo Observatório do Clima e usou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório.
Por Estadão Conteúdo