COP28 dá destaque inédito para a agricultura

Um dos destaques durante o evento, foi a nova proposta do governo federal de recuperação de áreas degradadas

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participou da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças do Clima (COP28), que aconteceu de 30 de novembro a 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. A missão oficial da Embrapa foi composta pela presidente Silvia Massruhá, a diretora de Negócios, Ana Euler, o chefe da Assessoria de Relações Internacionais (Arin), Marcelo Morandi, e os pesquisadores da Arin Gustavo Mozzer e Jane Simone Almeida.

No Pavilhão Brasil, a Embrapa manteve vários contatos com organismos internacionais, ministérios, organizações não governamentais, além de participar de diversos painéis temáticos com foco na sustentabilidade ambiental.

A presidente Silvia destacou a importância de participar dos painéis, mas principalmente discutir projetos em parceria com os organismos internacionais, como o IICA e FAO, entre outras instituições, bem como participar de discussões com vários ministérios, como o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e do Ministério da Ciéncia, Tecnologia e Inovação (MCTI) e secretarias estaduais de agricultura de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Silvia também participou de reunião com ministros da América do Sul mostrando o papel da Embrapa na produção de alimentos e da agropecuária sustentável.

“Estamos mostrando ao mundo o que o Brasil vem desenvolvendo, através da Embrapa, de tecnologias sustentáveis, para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, a importância de gerar dados e informações para desenvolvermos os indicadores tropicalizados e métricas para medir a sustentabilidade da agricultura brasileira. Apresentamos várias experiências no bioma Amazônia como a fixação biológica do nitrogênio, o plantio direto e os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta”, explicou a presidente.

“Também mostramos os resultados do consórcio de gramíneas e leguminosas na região Amazônica, que apontaram como resultados a conversão de 55 mil hectares e trouxe a redução de gases de efeito estufa de aproximadamente 36%. O que mostra a importância das práticas sustentáveis na agropecuária brasileira e a necessidade de se fazer um cálculo do ciclo de vida. A agricultura emite, mas tem condição de sequestrar carbono, por exemplo, no ILPF e muitas vezes gerar até um balanço positivo”, complementou.

Outro destaque foi a nova proposta do governo federal de recuperação de áreas degradadas, onde a Embrapa é participante ativa mapeando as áreas de pastagens e fazendo o cruzamento com o ZARC, para mostrar a aptidão de cada uma dessas áreas. “Muitas vezes podemos mudar de áreas de pastagens para agricultura ou sistema agroflorestal, sempre baseado na execução de políticas públicas voltadas para a recuperação de áreas degradadas”. Ao todo, destacou Sílvia, são 160 milhões de hectares de pastagens, sendo 40 milhões com aptidão agrícola.

A presidente destacou a importância da presença da Embrapa na reunião que engloba todos os ministros da Agricultura da América do Sul, Paraguai, Bolívia, Chile, Argentina, Uruguai e o Brasil. “Tivemos a oportunidade de mostrar o papel da pesquisa agropecuária para subsidiar as políticas públicas no Brasil e a Transferência de Tecnologia para outros países da América do Sul”, salientou.

Destaque para a biodiversidade e a bioeconomia

Agricultura

Foto: Embrapa

A diretora de Negócios, Ana Euler, participou de painéis internacionais, bem como discutiu projetos no âmbito da biodiversidade e da bioeconomia, com várias áreas de interface, entre elas a atuação da Embrapa em territórios indígenas para promoção de segurança alimentar e conservação da agrobiodiversidade.

“Destaco aqui a importância da coalização entre pesquisa, inovação e transferência de tecnologia entre os estados membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), organização intergovernamental, formada por oito países amazônicos: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, que assinaram o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), tornando-se o único bloco socioambiental da América Latina”, explicou a gestora. Entre os compromissos institucionais, a diretora reuniu-se com o coordenador da Unidade de Projetos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Daniel Hincapie, coordenador da Unidade de Projetos do BID Amazônia.

Nessa mesma direção, Ana Euler reuniu-se com a ministra brasileira dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara para tratar da construção de projetos em parceria com as comunidades indígenas brasileiras visando o fortalecimento do empreendedorismo feminino e a ampliação da atuação em parceria com o respectivo ministério em temas considerados prioritários para a atual agenda da Embrapa: segurança alimentar e nutricional, conservação da agrobiodiversidade, agregação de valor