Abatedouro de frangos gera resíduo reciclável

Os subprodutos feitos a partir dos descartes do abatedouro são: farinha de pena, farinha de víscera e óleo de ave

Abatedouro de frangos gera resíduo reciclável

Resíduos de abatedouros de frangos costumam ser tema de debates dentro da cadeia produtiva; ora para analisar normas legais para o descarte adequado, ora para o desenvolvimento de tecnologias dedicadas ao reaproveitamento desses produtos.

Isso acontece porque o setor tem demonstrado interesse em desempenhar  seu papel em relação à sustentabilidade, aliada a uma legislação cada vez mais exigente para proteger o meio ambiente.

A gestora ambiental, Aline Zorzetti, é funcionária de um dos maiores frigoríficos de aves do país, localizado no interior de São Paulo, e acompanha de perto essa realidade. “É um trabalho muito gratificante. Além de desenvolver ações dentro  da empresa, também auxiliamos na sua implementação.  É muito forte a questão da sustentabilidade. Adequamos processos, inclusive para minimizar impacto para o meio ambiente. Desta forma,  é  gratificante e engajador”, afirmou

Sustentabilidade

Segundo o Coordenador Corporativo de Meio Ambiente, Tiago Petrini, as sobras do abatedouro são processadas e transformadas em farinhas para ração animal. “Dos resíduos sólidos industriais que nós temos, o mais comum e que é gerado em maior quantidade são os orgânicos. São classificados em lodo, principalmente na situação de tratamento de efluentes, resíduos da linha verde e as sobras de refeitório. Estes últimos são as cascas e restos de  alimentos.  O restante dos resíduos a gente classificaria como sobras do processo, então que são penas, o sangue e as vísceras não comestíveis”, explicou.

A utilização de resíduos pela transformação de produtos de origem animal pode ser um fator importante do ponto de vista econômico, tecnológico e sustentável, uma vez que os despojos podem ser fontes proteicas de origem animal que diminuem custos com seu tratamento.

Subprodutos

Os subprodutos feitos a partir dos descartes do abatedouro são: farinha de pena, farinha de víscera e óleo de ave. Para que se tenham estes produtos, as matérias primas passam por digestores que promovem o cozimento por meio de temperaturas elevadas a determinada pressão e tempo. Durante o processo de fabricação das farinhas e óleo é realizado um controle de qualidade da produção, na qual se inspeciona a adição de aditivos, a higienização dos equipamentos e realiza análises do produto pronto.

Petrini explica que existe a linha da pena, que acaba sendo hidrolisada em digestores com água ou sangue. “Então nós temos a farinha de pena hidrolisada e numa outra linha que daí é denominada a farinha de vísceras. Então onde toda a víscera é encaminhada para esse digestor, ele é cozido e depois moído e recebe uma secagem. Então vira uma farinha e essa farinha depois ela é destinada para a ração animal”, disse.

Já a Farinha de Vísceras de Aves, por exemplo, é resultante da cocção, prensagem e moagem de vísceras de aves, miúdos, cartilagens e retalhos de carne. O produto é elaborado contendo matéria-prima fresca, a qual é processada poucas horas após a extração.

Para finalizar, o coordenador comentou que todo o ciclo começa e termina dentro do próprio frigorífico, inclusive, os produtos recicláveis também tem destino próprio. “Todo o resíduo que hoje é gerado aqui na unidade é separado, né? Tem uma central específica pra tratar desses resíduos, então ele é segregado, prensado, né? E depois destinado para reprocesso. Ou seja, a gente não perde nada do material utilizado”, afirmou