Como o governo vai viabilizar o projeto de recuperação de pastagens degradadas?

Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do governo, Roberto Perosa, o projeto tem potencial de dobrar o agro de tamanho

O governo federal publicou nesta quarta-feira (6) o decreto que cria o Programa Nacional para Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD).

O programa pretende recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em um período de 10 a 15 anos.

O PNCPD será coordenado por um Comitê Gestor Interministerial composto por representantes de diversos órgãos governamentais, do setor agropecuário, da agricultura familiar e da sociedade civil. O comitê criado pelo governo federal será responsável por definir os eixos, as diretrizes, as metas e as ações do programa.

A iniciativa prevê o apoio a empreendimentos que recuperem pastagens degradadas, como lavouras, pastagens melhoradas, florestas plantadas e agroflorestas. Os empreendimentos que aderirem ao programa terão acesso a financiamentos, capacitação técnica e assistência técnica.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, afirmou que o PNCPD é uma iniciativa importante para a recuperação do meio ambiente e para o aumento da produtividade da pecuária.

“O programa vai contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa, para a conservação da biodiversidade e para a melhoria da qualidade da água”, disse Fávaro.

“Além disso, o programa vai aumentar a produtividade da pecuária, sem a necessidade de abrir novas áreas de floresta”.

De acordo com dados da Embrapa, a área de pastagens naturais e plantadas no Brasil soma cerca de 160 milhões de hectares.

Desse total, 58 milhões de hectares são considerados em “boas condições para cultivo”, 66 milhões de qualidade “intermediária” e 35 milhões “em degradação severa”.

A recuperação de pastagens serve para replantio de florestas, cultivo de lavouras e exploração da pecuária. No caso da criação de gado, a regeneração do solo permite o crescimento de capim de maior qualidade e de forma mais rápida. Mais animais podem pastar na área.

O tempo de engorda do boi se acelera e o volume de carne obtido aumenta por hectare. A produtividade cresce sem exigir mais desmatamento.

Como o governo vai colocar o projeto em prática?

Pastagens Degradadas, Governo

Foto: Jornal da USP

O PNCPD é uma iniciativa importante para o desenvolvimento sustentável do Brasil. O programa vai contribuir para a recuperação do meio ambiente, para o aumento da produtividade da pecuária e para a geração de empregos.

Mas como viabilizar um projeto desse tipo?

“A viabilização da meta de regenerar 40 milhões de hectares de pastagens em um período de 10 a 15 anos exigirá um esforço conjunto do governo, do setor privado e da sociedade civil. O principal desafio será a atração de investimentos para o financiamento dos projetos”, cita Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura.

Segundo o secretário, também é importante criar mecanismos de apoio financeiro para facilitar o acesso dos produtores rurais a esses recursos.

“Precisamos também promover a capacitação técnica dos produtores rurais para que eles possam implementar as melhores práticas de recuperação de pastagens”, disse.

Para encerrar, Perosa destacou que o projeto tem a capacidade de dobrar o agro de tamanho dentro do território nacional.

“Vamos fazer isso sem abrir um centímetro a mais de terra. O governo quer fazer o agro crescer com sustentabilidade e promovendo a segurança alimentar mundial”, finalizou.

O projeto foi lançado na segunda-feira (11) durante o encerramento da participação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28) em Dubai.