Agroconsciente

Sustentabilidade no Agronegócio Paulista: O papel da FAESP e o impacto do Cadastro Ambiental Rural

José Luiz Tejon entrevista Tirso Meirelles, presidente da FAESP, sobre as iniciativas sustentáveis que estão transformando o agronegócio em São Paulo e as ações para alcançar uma agricultura mais verde e responsável.

Sustentabilidade no Agronegócio Paulista: O papel da FAESP e o impacto do Cadastro Ambiental Rural

O agronegócio brasileiro segue como um dos pilares da economia nacional, mas, com as crescentes preocupações ambientais, as práticas agrícolas precisam evoluir. Em um cenário global que discute as mudanças climáticas e a preservação de recursos naturais, a sustentabilidade surge como um tema central para os produtores rurais. No programa Agroconsciente, José Luiz Tejon teve a oportunidade de conversar com Tirso Meirelles, presidente da FAESP (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo), sobre os passos dados pelo setor em direção a uma produção mais sustentável e responsável.

Meirelles, com uma carreira sólida à frente da FAESP, explicou como o Estado de São Paulo está liderando a implementação de práticas que conciliam produtividade e preservação ambiental. Entre as ações discutidas, o Cadastro Ambiental Rural (CAR) é um dos marcos principais, um instrumento fundamental que ajuda a garantir a sustentabilidade das propriedades rurais. No ano de 2025, a FAESP, em parceria com sindicatos rurais, implementa o CAR em mais de 400 mil propriedades no estado paulista, demonstrando o compromisso com a regularização ambiental.

Sustentabilidade no Agro: Desafios e Avanços no Estado de São Paulo

O Brasil, um dos maiores produtores agrícolas do mundo, tem se destacado no debate sobre a sustentabilidade no campo. São Paulo, como um dos maiores polos produtores de grãos, cana-de-açúcar e carne bovina, não poderia ficar para trás. Em entrevista exclusiva ao Agroconsciente, Tirso Meirelles ressaltou que a sustentabilidade não é apenas uma exigência externa, mas uma questão de responsabilidade do próprio produtor rural.

“São Paulo tem liderado iniciativas voltadas para a preservação ambiental, como o programa de regularização do Código Florestal, que abrange não só os produtores, mas também os territórios que necessitam de recuperação. Mais de 66% das áreas do Estado estão cobertas por vegetação nativa, sendo 40% delas em áreas de propriedades rurais”, comentou Meirelles. Ele enfatizou que, ao adotar o Código Florestal, o Brasil não só se compromete com a preservação das suas florestas, mas também abre portas para o desenvolvimento de um agronegócio mais sustentável e competitivo no cenário global.

O Impacto da COP 30 e a Busca por Financiamento Sustentável

Em 2025, o Brasil estará em destaque na COP 30, que ocorrerá no país, com um foco intensificado nas questões ambientais. Para Meirelles, as discussões globais sobre financiamento climático são cruciais para o avanço das práticas agrícolas sustentáveis. No entanto, ele expressou sua preocupação com a falta de comprometimento de nações desenvolvidas em arcar com a maior parte dos custos da preservação ambiental.

“A COP 29 foi um reflexo de um modelo desigual, onde países que não contribuíram diretamente para o aquecimento global, como o Brasil, foram cobrados para arcar com custos elevados. O Brasil, por sua vez, já contribui com iniciativas concretas, como o Código Florestal e o CAR, que, se monetizados, poderiam gerar recursos significativos para a sustentabilidade mundial”, afirmou Meirelles.

O Papel do Sindicato Rural e da FAESP na Implementação da Sustentabilidade no Campo

Meirelles destacou a atuação dos sindicatos rurais na orientação dos produtores sobre a regularização ambiental, ressaltando que a FAESP tem promovido um trabalho de conscientização, apoio técnico e acesso a recursos para garantir a implementação dos programas ambientais. O programa PRADA (Programa de Regularização Ambiental) se destaca como um exemplo de compromisso com a sustentabilidade, oferecendo um prazo de até 20 anos para a recuperação de áreas degradadas.

“Ao integrar o CAR e adotar o PRADA, o produtor pode mostrar, com provas concretas, que sua produção é sustentável. Isso se traduz em maior competitividade no mercado global e maior acesso a crédito e selos ambientais. O trabalho desenvolvido pela FAESP, com apoio dos sindicatos, é fundamental para essa transformação do agro paulista”, explicou Meirelles.

O Futuro Verde do Agronegócio: O Compromisso com a Sustentabilidade

A preocupação com o meio ambiente no agronegócio é cada vez mais uma exigência global, e o setor está se adaptando para atender a essas demandas. Em São Paulo, a FAESP desempenha um papel decisivo no processo de transformação do agro paulista em um modelo de produção sustentável. Iniciativas como o Cadastro Ambiental Rural, o PRADA e a rastreabilidade dos produtos agrícolas são apenas algumas das ações que colocam o estado na vanguarda da sustentabilidade no campo.

Como disse Tejon durante a entrevista: “Não basta apenas fazer, é preciso saber que fazemos, e isso tem que ser mostrado ao mundo.” O futuro do agronegócio paulista está, sem dúvida, cada vez mais alinhado com os princípios da sustentabilidade, e a FAESP está guiando esse caminho com seriedade e comprometimento.

A integração entre produção agrícola e preservação ambiental é o grande desafio do agronegócio brasileiro, mas é também uma das maiores oportunidades para garantir um futuro mais verde e próspero para todos.