ECONOMIA CIRCULAR

Líder em área plantada, SLC investe em energia solar e biofertilizantes para avançar no ESG

Álvaro Dilli detalha como a SLC Agrícola aplica economia circular, energias renováveis e certificações para liderar a sustentabilidade no agro brasileiro.

Líder em área plantada, SLC investe em energia solar e biofertilizantes para avançar no ESG

A sustentabilidade já faz parte do DNA da SLC Agrícola. Desde os anos 1990, a empresa adota o plantio direto e promove práticas para cuidar dos solos e da biodiversidade no Cerrado. Mas, nos últimos anos, os compromissos ambientais ganharam ainda mais força. Segundo Álvaro Dilli, diretor de RH e Sustentabilidade da empresa, a meta atual é ousada: neutralizar as emissões de carbono dentro da porteira até 2030.

Durante entrevista ao Planeta Campo Talks, Dilli contou que o processo teve início com a criação de um departamento de meio ambiente, que evoluiu para sustentabilidade, culminando na certificação internacional de soja responsável pela RTRS. “Fomos pioneiros em acreditar que o futuro seria da agricultura certificada”, afirmou.

Agricultura regenerativa e economia circular impulsionam produtividade

Entre as principais ações de destaque está a eco-fábrica, implantada em diversas fazendas da SLC, que transforma resíduos sólidos em biofertilizantes. “Esse composto volta para o solo como nitrogênio, fósforo e potássio orgânico”, explicou Dilli, reforçando o papel da economia circular para a saúde do solo e redução do uso de químicos.

Hoje, unidades como a Fazenda Pamplona, em Goiás, alcançaram 99,8% de reciclabilidade. “Compostagem de restos de poda, resíduos da colheita e até de refeitórios mostra que 100% dos resíduos podem ser reaproveitados”, disse o executivo. Essa abordagem se alia à agricultura regenerativa, estimulando o uso de biológicos on farm e prontos de mercado.

Energia limpa e foco em segurança são prioridades da SLC

O uso de energia renovável também é parte da estratégia. A empresa investiu mais de R$ 5 milhões em painéis solares para abastecer refeitórios, alojamentos e escritórios. Além disso, 86% da energia consumida no Brasil já vem de fontes renováveis — um diferencial competitivo em tempos de transição energética global.

Outro destaque do relatório integrado da SLC é a evolução em segurança do trabalho. Em 10 anos, a taxa de acidentes com afastamento caiu de 13 para menos de 2 por milhão de horas trabalhadas, mesmo com o triplo de colaboradores. O objetivo é atingir zero acidentes e manter um ambiente seguro em todas as unidades.

Do ESG à COP30: agro brasileiro quer protagonismo global

Com 23 unidades em sete estados brasileiros, a SLC é hoje a maior empresa agrícola listada em bolsa no mundo em área plantada, com mais de 830 mil hectares em produção. Para Dilli, a COP30 em Belém será uma oportunidade de mostrar ao mundo o papel positivo do agronegócio nacional. “O Brasil não precisa desmatar mais nada para alimentar o mundo”, disse.

A empresa também avança na pecuária com ILPF e confinamento, com o objetivo de engordar 100 mil bois até 2030, e reforça a meta de ser carbono neutra no escopo 1 e 2. O escopo 3 — que considera a cadeia de fornecedores — já começa a ser trabalhado, com foco na compensação de emissões por meio do plantio de árvores nativas.

Sustentabilidade começa com educação, diz executivo

Para Dilli, qualquer produtor pode começar uma economia circular, mesmo os pequenos. “O primeiro passo é diagnosticar os resíduos da propriedade e separar corretamente. A receita de bolo existe”, afirmou. Segundo ele, com educação e mudança de comportamento, é possível implementar soluções de baixo custo e alto impacto — inclusive com retorno financeiro.

A SLC completa 80 anos em 2025 com o espírito de “uma startup do agro”, como definiu o executivo. Com foco em inovação, sustentabilidade e impacto positivo nas gerações futuras, a empresa quer seguir liderando o caminho de uma produção agrícola eficiente, responsável e regenerativa.