Mapa vai reconhecer iniciativas de produção descarbonizantes
Ministério está com consulta pública aberta para receber contribuições da sociedade com relação aos processos produtivos carbono verde
O Programa Nacional de Descarbonização de Cadeias Agropecuárias, vem sendo formatado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e está com consulta pública aberta até 15 de maio para receber contribuições da sociedade com o objetivo de definir critérios de produção, contabilização e remuneração de carbono verde.
Um dos objetivos do projeto é reconhecer as propriedades rurais que já adotam processos produtivos que evitam e neutralizam as emissões, ou até mesmo sequestram CO2 equivalente.
“O foco, a nossa ideia é que haja um programa voluntário para que os produtores sejam reconhecidos por esse trabalho que eles vêm cumprindo há anos, como nós pudemos ver agora com os resultados do Plano ABC que foram publicados recentemente. Então o programa é voluntário, é focado nas cadeias agropecuárias e ele visa o reconhecimento dos produtores por duas formas: a possibilidade de comercialização de créditos confiáveis e transparentes, créditos de carbono; e também a agregação de valor aos produtos descarbonizados pelo uso de algumas marcas, como marcas de baixo carbono e carbono neutro”, explicou Marcella Teixeira, coordenadora geral de produção animal do Mapa, em participação no programa Planeta Campo.
O projeto gira em torno de três principais modelos de descarbonização: baixo carbono, carbono neutro e captura de carbono para estocagem. “Estamos trabalhando com esses três eixos, que mostram o incremento do crédito de carbono durante a produção agropecuária. Então se nós pensarmos em uma soja solteira, uma soja produzida sem rotação de culturas, em solo nu, à medida que você vai agregando alguma tecnologia de descarbonização ou de mitigação de gases de efeito estufa, você tem uma caracterização do sistema produtivo. Então se nós colocarmos o sistema de plantio direto, o sistema de fixação biológica de nitrogênio ou outros bioinsumos, nós começamos a gerar o crédito de carbono. Então o primeiro nível que nós consideramos é aquela produção de baixo carbono, que você já tem uma redução dos gases de efeito estufa. O segundo nível é a agropecuária de carbono neutro, que é quando nós inserimos o componente arbóreo no sistema produtivo. E o terceiro nível é o que nós chamamos de estocagem, que nós já podemos utilizar um processo produtivo, nas nossas portarias nós falamos de produção de etanol a base de milho, e nesse processo produtivo se concentra o carbono e ele é armazenado, retirado da natureza e armazenado em grandes profundidades ou de uma forma mais estável a longo prazo”, detalhou Marcella.
A coordenadora do Mapa também explicou que todos os agricultores e pecuaristas que já adotam alguma técnica de descarbonização estão aptos a participar do projeto. “Todos aqueles que já tem implementadas práticas de descarbonização, que são aquelas práticas, as tecnologias que nós já temos bem caracterizadas, sacramentadas no plano ABC+”.
As tecnologias para descarbonização da agropecuária previstas no Plano ABC+ são o Sistema de Plantio Direto, a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) ou outros bioinsumos, o manejo e recuperação de pastagens, o manejo de dejetos e resíduos agropecuários, florestas plantadas, sistemas irrigados e terminação intensiva.
Confira a participação de Marcella Texeira, coordenadora geral de produção animal do Mapa, no Planeta Campo: