Mudanças climáticas podem agravar quadro de doenças como dengue e zika

O estudo da AdaptaBrasil também alerta para o risco de agravamento das ondas de calor no Brasil. As ondas de calor podem afetar os sistemas cardiovascular e respiratório, aumentando o risco de morte, principalmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas

Um estudo da plataforma AdaptaBrasil, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alerta para o risco de agravamento das arboviroses no Brasil em decorrência das mudanças climáticas.

O estudo, que foi divulgado nesta quarta-feira (20), analisou dados das temperaturas máxima e mínima, a umidade relativa do ar e a precipitação acumulada para associar a ocorrência do vetor, que são os mosquitos transmissores das diferentes doenças em análise.

A pesquisa identificou que as mudanças climáticas podem levar a um aumento da ocorrência de dengue, zika e chikungunya, além de malária, leishmaniose tegumentar americana e leishmaniose visceral.

O coordenador científico da plataforma AdaptaBrasil, Jean Ometto, explica que as arboviroses são transmitidas por mosquitos, que se proliferam em ambientes quentes e úmidos. Com o aumento das temperaturas e da precipitação, esses ambientes se tornam mais propícios para a proliferação dos mosquitos, o que pode levar a um aumento da ocorrência das doenças.

Ometto ressalta que as populações mais vulneráveis, que apresentem condições de saúde e habitação mais precárias, são as mais afetadas pelas arboviroses.

“Essas populações são mais suscetíveis a adoecer por essas diferentes doenças”, diz.

O estudo da AdaptaBrasil também alerta para o risco de agravamento das ondas de calor no Brasil. As ondas de calor podem afetar os sistemas cardiovascular e respiratório, aumentando o risco de morte, principalmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas.

O coordenador da plataforma defende que é necessário tomar medidas para mitigar as mudanças climáticas e adaptar o país aos seus impactos. “É preciso olhar para a saúde de forma sistêmica, desde a população em si até os sistemas de atendimento”, diz.

Por Agência Brasil