Governo quer incentivar empresários a produzirem halal de maior valor agregado
A certificação Halal é um processo que verifica se produtos e serviços estão em conformidade com as leis e princípios do Islã
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta segunda-feira (23) que o governo pretende incentivar o setor empresarial brasileiro a explorar outros segmentos, que não só o de alimentos in natura, do mercado halal e que tenham maior valor agregado, como cosméticos, medicamentos, itens de vestuário e alimentos processados.
Mercado
Em mensagem enviada à Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, lida na abertura do Global Halal Brazil Business Forum, em São Paulo, Lula ressaltou também o desempenho recorde de exportações do Brasil para a Liga Árabe em 2022, dizendo ser “um sinal de confiança do consumidor muçulmano no produto brasileiro”.
Esse avanço das exportações, sobretudo de produtos halal (produzidos conforme os preceitos islâmicos), reflete, ainda, a “capacidade do Brasil de atender às demandas deste mercado”.
O montante exportado para a Liga Árabe resultou em faturamento de US$ 17,74 bilhões, majoritariamente em alimentos e minérios, no melhor desempenho da série histórica iniciada em 1989.
Lembrou também que o Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, “particularmente de carnes de padronização muçulmana”, tendo ainda “vocação e capacidade de fornecer ao mercado global produtos halal.
O que é a certificação Halal?
A certificação Halal é um processo que verifica se produtos e serviços estão em conformidade com as leis e princípios do Islã. O termo se origina do árabe e significa “lícito” ou “permitido” de acordo com a lei islâmica, conhecida como a Sharia. A certificação Halal é de extrema importância para a comunidade muçulmana, que segue rigorosamente as diretrizes alimentares e éticas islâmicas.
O selo envolve uma avaliação detalhada de produtos, ingredientes, processos de fabricação e até mesmo das instalações de produção para garantir que não haja ingredientes proibidos, como álcool, e que os métodos de produção estejam de acordo com as práticas islâmicas. Alguns setores relacionados com a certificação são:
- Alimentos: muitos produtos alimentares, incluindo carne, laticínios, cereais e produtos processados, podem ser certificados. Isso envolve verificar a origem e a preparação dos alimentos para garantir que não contenham ingredientes proibidos e que tenham sido processados de acordo com a Sharia.
- Cosméticos e produtos de higiene pessoal: produtos como sabonetes, xampus e cosméticos também podem receber certificação, assegurando que não contenham ingredientes prejudiciais e que sejam adequados para uso por muçulmanos.
- Farmacêuticos: medicamentos e produtos de saúde também podem ser certificados com foco na conformidade com os princípios islâmicos e na ausência de ingredientes proibidos.
- Cadeias de suprimentos e logística: a certificação pode ser estendida a toda a cadeia de suprimentos, desde a produção até a distribuição, para garantir que os produtos permaneçam Halal durante todo o processo.
- Segurança alimentar: o selo não se limita apenas às questões religiosas, mas também está relacionada à segurança alimentar. Isso significa que, para obter a certificação, os alimentos devem ser produzidos em instalações limpas e seguras.
A certificação Halal é essencial para assegurar que produtos e serviços sejam aceitáveis para consumidores muçulmanos. Ela é realizada por organizações e certificadoras especializadas em todo o mundo, e os produtos certificados geralmente exibem um selo Halal que indica que foram verificados e estão em conformidade com os requisitos islâmicos requisitados.
Além de atender às necessidades da comunidade muçulmana, a certificação Halal também é vista como uma marca de qualidade em muitos lugares e pode abrir mercados adicionais para produtos e serviços.
Por Estadão Conteúdo