Sistema de aquecimento para leitões traz economia e sustentabilidade

Antes de tudo, o manejo na produção é essencial para garantir a qualidade da carne produzida e também a sustentabilidade. Na produção de leitões, o processo compreende a incorporação de metodologias, processos, produtos e tecnologias ao processo produtivo.

Assim também entram as práticas de alimentação animal, bem-estar animal, boas práticas de produção, rastreabilidade e cuidados com o meio ambiente em geral e com a água em particular.

Exemplo no interior de SP

Nesse sentido, em Cordeirópolis, interior de São Paulo, uma fazenda está usando os dejetos animais para aquecimento dos leitões. A iniciativa ocorre porque os animais precisam estar aquecidos para crescerem fortes e saudáveis. 

Assim, o  proprietário João Luciano da Silva explica que o recém-nascido não consegue regular a temperatura do corpo. Como resultado, o sistema de aquecimento para leitões traz economia e sustentabilidade para produtor.

O cuidado e manejo correto dos primeiros 21 dias garantem redução de mortes dos filhotes, além de assegurar o aumento  de peso da leitegada. É importante ressaltar que custa caro para o produtor manter esse sistema funcionando. Diante desta realidade, uma tecnologia de baixo custo pode gerar renda e sustentabilidade ao produtor. 

Nova tecnologia

Para João Luciano, os dejetos dos suínos significam mais dinheiro no bolso. “Isso começou porque havia necessidade de transformar passivo ambiental gerado pela suinocultura em um ativo financeiro. sustentabilidade sem gerar a parte financeira é uma situação muito difícil”, disse. 

Silva afirmou ainda que o programa chegou para ajudar na produção. Como produtor, gostou da ideia e resolveu aplicar o sistema na fazenda. “Foi criada toda uma rede de aproveitamento desse efluente produzido com a lavagem das baias, desinfecção. Foi criado uma produção de adubo orgânico”, contou.

Adubo e água

Na fazenda, parte da água que sai da produção passa por um processo de separação de sólidos, usados como adubos. O lodo restante é limpo, gerando uma água que pode ser reutilizada.

De acordo com o produtor, o valor atualizado do investimento seria de cem mil reais, mas o produtor afirma que o tempo de retorno do investimento é de 18 meses. Para ele, isso é uma grande vantagem, já que nada mais é jogado fora. 

Fases do tratamento 

O tratamento passa por várias fases, mas a tecnologia também ajuda a reduzir o impacto ao meio ambiente durante a produção. por dia, um animal produz, em média, sete litros de dejetos, o que equivale ao esgoto de cinco pessoas. 

O programa “Suíno Pata Verde IZ”, desenvolvido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ- APTA), agrega tecnologia inédita e inovadora à suinocultura paulista, com o sistema denominado flotub jltec – iz. 

Vantagens na produção

Como resultado, o sistema reduz o impacto da atividade no meio ambiente, transformando o passivo ambiental em ativo financeiro aos produtores. O IZ tem pesquisas avançadas e de precisão direcionadas à eficiência alimentar dos suínos, para diminuir o custo de produção de forma direta e indireta de forma viável a pequenos, médios e grandes produtores.

A tecnologia de tratamento de efluentes cria alternativas de geração de renda, como o biogás que pode ser utilizado como fonte de energia em uma propriedade, o biocombustível para veículos e pode ser utilizado em unidade de processamento de produtos cárneos para defumados, seguindo as normas de produção.  “Além disso, é de fácil aplicação e baixo custo, comparado a outras tecnologias similares, já que utiliza 100% do material e equipamentos oriundos de empresas nacionais”, destaca a pesquisadora Simone Raymundo de Oliveira, coordenadora do projeto.

Nova geração

O Mateus Piccoli faz parte da nova geração de produtores rurais que vai tocar os negócios daqui pra frente. Para ele, produzir de forma sustentável é o único caminho. “ A gente vê  como a sustentabilidade ajudou. Por exemplo, o biogás para aquecimento dos leitões. Com isso, não precisamos gastar.  Conseguimos tirar outros produtos, como água para irrigação, Passamos a poluir menos o meio ambiente, porque transformamos o metano no aquecimento de leitões. Vemos essa tecnologia como algo que só vem agregar”, finalizou. 

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