Fazenda reduz defensivos e melhora a produtividade com fertirrigação

Técnica também promove a economia circular na propriedade, que reutiliza água do processamento industrial de batatas

Aerial view of blooming potatoes crops on field. Agriculture and cultivation concept
Aerial view of blooming potatoes crops on field. Agriculture and cultivation concept

Molhar a terra ao mesmo tempo em que se aplicam os fertilizantes. Em resumo, esse é o papel da fertirrigação para trazer mais eficiência e produtividade às lavouras. A técnica é utilizada desde 2016 na Fazenda Água Santa, que cultiva batatas no município de Perdizes, em Minas Gerais.

A propriedade fertirriga, em média, 3 mil metros cúbicos por dia, totalizando 84 mil metros cúbicos por mês. São 4.000 hectares de batatas por safra, com a produtividade média de 45 toneladas por hectare e a fertirrigação foi a solução para melhorar o desempenho da cultura no clima tropical.

“A batata é a principal cultura nossa e hoje ela é cultivada, os plantios acontecem entre fevereiro e junho/julho. E a gente precisou adaptar ela, que é uma cultura que foi desenvolvida no hemisfério Norte e, principalmente, na Europa, então ela está adaptada ao clima temperado. Para adaptar isso, ter melhores produtividades, a gente trouxe ela para o cultivo no período seco”, explicou Daniel Rodrigues Lopes, da Fazenda Água Santa.

O sistema de irrigação por gotejamento é um dos mais eficientes para fertirrigação. Isso porque os gotejadores, que são aqueles furinhos por onde a água sai, podem ser direcionados para as raízes das plantas, evitando o desperdício de fertilizante e também de água.

Outra vantagem da técnica é que ela elimina uma etapa do processo produtivo. “Se eu não tivesse água como veículo, eu teria que entrar com alguma operação para aplicação de fertilizante. E hoje, além do benefício da redução do próprio fertilizante químico direto, porque eu já estou trazendo nutrientes pela água, eu já tenho o benefício de uma operação a menos”, conta Lopes.

Economia circular

Daniel também conta o que motivou a adoção da técnica. “A fertirrigação para nós se consolidou a partir do ano de 2016, porque ela casa com a inauguração de uma linha industrial de batata de produção aqui dentro da fazenda. Então ela nasceu, principalmente, com o objetivo de fazer essa integração da indústria com o campo”.

Deste modo, a água gerada a partir dos resíduos do processamento industrial das batatas é reutilizada para a irrigação e traz benefícios tanto para as lavouras, quanto para o meio ambiente. “Ela consegue trazer de volta para o ambiente produtivo, para o solo, para a planta, nutrientes que são favoráveis ao desenvolvimento das culturas. Eu costumo dizer que a planta não come, ela bebe. Então se a gente traz água e traz um nutriente, esse é um casamento perfeito dessa técnica com irrigação”, diz o produtor rural.

De acordo com a Embrapa, estima-se que resíduos gerados pela produção contenham aproximadamente 30% do total de nitrogênio, 20% do fósforo e 10 % do potássio utilizados anualmente na agricultura nacional. E o uso de resíduos como fertilizantes atende aos requisitos da economia circular.

“O consumo consciente e a economia circular são conceitos que são trabalhados muito, muito fortes aqui dentro. E aí tem essa sinergia, essa parceria com os produtores, na qual a gente consegue aproveitar todo o efluente tratado na indústria e 100% dele é destinado para a fertirrigação. Esse é um dos exemplos de economia circular que a Bem Brasil trabalha muito forte na região, na área agrícola aqui da região”, diz Isabela Navarro Barbosa, gerente de sustentabilidade da companhia.

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