Fazendas produzem 70 Sacas de soja por hectare mesmo com 60 dias de seca

A Fazenda Bom Jardim, em Montividil (GO), e uma propriedade em Sidrolândia (MS) demonstram o impacto da agricultura regenerativa, com redução de custos de até 61% e maior resiliência climática.

A agricultura regenerativa tem se destacado como uma solução eficaz para promover a sustentabilidade no campo, aliando inovação e eficiência produtiva. Um exemplo dessa transformação é a Fazenda Bom Jardim, localizada em Montividil, Goiás. Sob a gestão do engenheiro agrônomo Adriano Cruvinel, a propriedade adotou práticas regenerativas a partir da safra de 2016-2017, e os resultados são impressionantes.

Com a introdução de técnicas como o uso de plantas de cobertura e bioinsumos produzidos on farm, a Fazenda Bom Jardim conseguiu reduzir os custos de produção em até 61% por safra e aumentar a produtividade em 13,5% ao ano. Além disso, a eliminação de defensivos químicos tradicionais e a criação de um ambiente bioativado no solo ajudaram a enfrentar desafios climáticos severos, como o prolongado período de seca registrado recentemente.

“Nós ficamos aqui este ano com um período de 62 dias de seca, a maior desde 1977. Mesmo assim, conseguimos uma produção média de 70 sacas por hectare, muito próxima da nossa média histórica”, afirma Adriano Cruvinel. A fazenda demonstra que a combinação de conhecimento técnico e práticas sustentáveis pode gerar resultados ambientais e produtivos excepcionais.

Esses resultados não se limitam a Goiás. No Mato Grosso do Sul, uma fazenda em Sidrolândia, que cultiva soja e milho em 700 hectares, também adotou a agricultura regenerativa, utilizando o sistema Santa Fé — consórcio de milho com braquiária — para aumentar a matéria orgânica no solo e melhorar sua resiliência. Mesmo com um volume de chuvas abaixo da média, a propriedade atingiu uma produção superior a 60 sacas por hectare.

O solo bioativado tem sido um grande aliado das fazendas que enfrentam condições extremas de seca e chuva. “Solos fortes sobrevivem”, afirma Martin, proprietário da fazenda em Sidrolândia. “O que plantamos no solo permanece na sua memória, e as boas práticas agrícolas garantem um futuro produtivo.”

Com esses exemplos, fica claro que a agricultura regenerativa não apenas melhora a saúde do solo e das lavouras, mas também contribui para a sustentabilidade e resiliência climática, preparando as fazendas para os desafios futuros.