Prêmio Pacto Contra a Fome 2024 destaca iniciativas de combate à fome e desperdício no Brasil
Instituto Pacto Contra a Fome recebeu mais de 500 inscrições e premiou seis iniciativas com R$ 100 mil cada; Conheça os vencedores
Na manhã da última terça-feira (3), o Teatro Paulo Autran, no SESC Pinheiros, em São Paulo, foi palco da segunda edição do Prêmio Pacto Contra a Fome. Organizado pelo Instituto Pacto Contra a Fome, o evento premiou seis iniciativas de destaque entre as 512 inscritas de todos os 26 estados brasileiros e mais o Distrito Federal.
O prêmio, realizado em parceria com quatro agências das Nações Unidas — UNESCO, FAO, WFP e PNUMA —, reconhece projetos que combatem a fome e reduzem o desperdício de alimentos, incentivando soluções transformadoras e sustentáveis.
“O objetivo é reconhecer e dar visibilidade às iniciativas voltadas ao combate à fome e ao desperdício de alimentos no Brasil. Com o prêmio queremos contribuir para fortalecer iniciativas que atuem nestes desafios, colaborando para reduzir as desigualdades e promovendo a transformação socioambiental dos sistemas alimentares no Brasil”, destacou Rosana Blasio, CEO do Pacto Contra a Fome.
O protagonismo feminino e diversidade nacional
Entre as 512 inscrições recebidas, 55% foram lideradas por mulheres, destacando a relevância feminina na criação de soluções para desafios alimentares. Após um rigoroso processo de seleção, 65 finalistas foram escolhidos, representando uma diversidade de projetos de impacto socioambiental provenientes de todas as regiões do Brasil.
Das iniciativas finalistas, seis foram premiadas, cada uma recebendo R$ 100 mil em reconhecimento ao seu impacto. Divididas em duas categorias principais, os projetos contemplados destacam a inovação e o compromisso social de suas lideranças.
Os vencedores de 2024
Categoria Promoção da Segurança Alimentar:
- Instituto Kairós Ética e Atuação Responsável (São Paulo): Focado em práticas éticas e sustentáveis, o instituto desenvolve ações que garantem acesso a alimentos de qualidade para comunidades vulneráveis.
- Associação Gap Ey (Rondônia): Promove segurança alimentar em comunidades indígenas, com respeito às tradições e incentivo à soberania alimentar.
- Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá (Pernambuco): Atua no fortalecimento da agroecologia, conectando pequenos agricultores a sistemas alimentares sustentáveis.
Categoria Redução do Desperdício de Alimentos:
- Instituto Dragão do Mar (Ceará): Desenvolve projetos culturais e educacionais que integram estratégias para evitar o desperdício alimentar.
- Metamorfose (Ceará): Implementa ações inovadoras de reaproveitamento de alimentos, gerando impacto social e ambiental em comunidades vulneráveis.
- Instituto da Primeira Infância – IPREDE (Ceará): Concentra-se em melhorar a nutrição infantil, reaproveitando alimentos e educando famílias sobre o uso consciente.
Estratégias que transformam realidades
O Pacto Contra a Fome se destaca por seu modelo de atuação em quatro eixos principais: inclusão socioeconômica, fortalecimento de políticas públicas, ampliação do acesso a alimentos e transição para sistemas mais sustentáveis. Esse trabalho estruturado tem gerado resultados expressivos, com intervenções em estados como Ceará, Maranhão e Pará, que combinam esforços de governos e organizações civis
A cooperação com agências das Nações Unidas fortalece a credibilidade e o alcance da premiação. As parcerias com UNESCO, FAO, WFP e PNUMA alinham o prêmio com metas globais, como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que incluem a erradicação da fome e o uso mais eficiente de recursos alimentares.
Novidades
Neste ano, o Prêmio Pacto Contra a Fome aceitou inscrição de negócios de impacto socioambiental. Além disso, diferentemente do que ocorreu na primeira edição, neste ano não houve diferenciação entre ações emergenciais e estruturantes e foram observados os critérios de relevância e impacto, escalabilidade e possibilidade de replicação e colaboração entre atores e/ou entidades.
Para garantir a diversidade e a representatividade em todas as etapas, o Pacto Contra a Fome estabeleceu critérios de priorização, incluindo pontos adicionais em todas as etapas de seleção para iniciativas que tenham participação de mulheres em cargos de liderança ou na execução das atividades, as lideradas por pessoas pretas, pardas ou indígenas, iniciativas realizadas em comunidades de populações indígena, quilombolas, ribeirinhas, pescadoras artesanais, produtores rurais, agroextrativistas, caiçaras, entre outros e aquelas realizadas ou promovidas nas regiões Norte e Nordeste, regiões onde a insegurança alimentar é mais prevalente.